ATA DA DÉCIMA SÉTIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 15-3-2010.

 


Aos quinze dias do mês de março do ano de dois mil e dez, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, respondida pelos vereadores Adeli Sell, Aldacir José Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Dr. Raul, Elias Vidal, Engenheiro Comassetto, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luciano Marcantônio, Lucio Barcelos, Luiz Braz, Maria Celeste, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Paulinho Ruben Berta, Sebastião Melo e Valter Nagelstein. Constatada a existência de quórum, o senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Beto Moesch, Dr. Thiago Duarte, Fernanda Melchionna, João Pancinha, Mario Manfro, Nilo Santos, Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra, Toni Proença e Waldir Canal. À MESA, foram encaminhados: pelo vereador Aldacir José Oliboni, os Projetos de Lei do Legislativo nos 011 e 019/10 (Processos nos 0458 e 0641/10, respectivamente); pelo vereador Haroldo de Souza, o Projeto de Lei do Legislativo nº 027/10 (Processo nº 0701/10); pelo vereador João Pancinha, o Projeto de Lei do Legislativo nº 005/10 (Processo nº 0421/10); e pelo vereador Mauro Zacher, o Projeto de Lei do Legislativo nº 030/10 (Processo nº 0790/10). Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos 1743/09, do senhor Eduardo Speggiorin, Gerente de Desenvolvimento Urbano da Caixa Econômica Federal; 029/10, do senhor Roberto Maciel Zeni, Gerente de Desenvolvimento Urbano da Caixa Econômica Federal; 186049 e 187399/10, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Após, o senhor Presidente registrou a presença, neste Plenário, dos vereadores Anselmo Pereira da Silva Sobrinho e Clécio Antônio Alves e da vereadora Sirlene Pereira de Araújo Borba, da Câmara Municipal de Goiânia – GO –, e do senhor Allen Viana, Procurador da Câmara Municipal de Goiânia. Em prosseguimento, o senhor Presidente informou que os trabalhos da presente Sessão seriam suspensos para cerimônia de reinauguração do Plenário Otávio Rocha. Às quatorze horas e nove minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e vinte e cinco minutos, constatada a existência de quórum. Em continuidade, o senhor Presidente solicitou aos senhores vereadores que efetuassem o registro de suas senhas no novo Sistema de Votação Parlamentar. Também, constatada a existência de quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento verbal formulado pelo vereador Valter Nagelstein, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Após, foi apregoada a Subemenda nº 01, de autoria da vereadora Fernanda Melchionna, Vice-Líder da Bancada do PSOL, à Emenda nº 02 aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 118/09 (Processo nº 2792/09). Ainda, em face de Questão de Ordem e manifestação formuladas pelos vereadores Toni Proença e Valter Nagelstein, o senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca do teor e do processo de discussão e encaminhamento à votação do Projeto de Lei do Legislativo nº 118/09. Em Discussão Geral e Votação, foi apreciado o Projeto de Lei do Legislativo nº 118/09 (Processo nº 2792/09), após ser encaminhado à votação pelos vereadores Fernanda Melchionna, Airto Ferronato, Luciano Marcantônio, Toni Proença, Luiz Braz, Haroldo de Souza, Valter Nagelstein, Nilo Santos, Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon e Engenheiro Comassetto, este pela oposição. Na ocasião, foi apregoado o Memorando nº 003/10, de autoria do vereador Marcello Chiodo, deferido pelo senhor Presidente, solicitando autorização para representar externamente este Legislativo, no dia de hoje, no evento Porto Alegre Wireless, às treze horas e trinta minutos, no Hotel Deville, em Porto Alegre. Ainda, foi apregoado Requerimento de autoria do vereador Valter Nagelstein, indeferido pelo senhor Presidente nos termos do artigo 173, § 5º, alínea “c”, do Regimento, solicitando votação em destaque para a Subemenda nº 01 à Emenda nº 02 aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 118/09. Foi aprovada a Emenda nº 01 aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 118/09. Ainda, em face de Questão de Ordem formulada pela vereadora Fernanda Melchionna, o senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da votação de Subemenda e Emendas apostas ao Projeto de Lei do Legislativo nº 118/09, tendo-se manifestado a respeito as vereadoras Fernanda Melchionna e Sofia Cavedon e os vereadores Nilo Santos, Luiz Braz, Valter Nagelstein, Engenheiro Comassetto e Toni Proença. Na oportunidade, a vereadora Sofia Cavedon formulou Requerimento verbal, solicitando a suspensão dos trabalhos da presente Sessão. Às quinze horas e quarenta e oito minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e cinquenta e um minutos, constatada a existência de quórum. Foram votadas conjuntamente e aprovadas as Emendas nos 02, com Subemenda nº 01, e 03 apostas ao Projeto de Lei do Legislativo nº 118/09. Foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 118/09, por trinta e um votos SIM e uma ABSTENÇÃO, em votação nominal solicitada pelo vereador Nelcir Tessaro, tendo votado Sim os vereadores Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Aldacir José Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Dr. Raul, Dr. Thiago Duarte, Engenheiro Comassetto, Ervino Besson, Fernanda Melchionna, Haroldo de Souza, João Carlos Nedel, João Pancinha, Luciano Marcantônio, Lucio Barcelos, Luiz Braz, Maria Celeste, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Paulinho Ruben Berta, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra, Toni Proença, Valter Nagelstein e Waldir Canal e optado pela Abstenção o Vereador João Antonio Dib. Em Discussão Geral e Votação, foram apreciados conjuntamente e aprovados os Projetos de Lei do Legislativo nos 129 e 144/09 (Processos nos 3022 e 3383/09, respectivamente). Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados os Projetos de Resolução nos 026 e 033/09 (Processos nos 3650 e 4160/09, respectivamente). Em continuidade, em face de Questão de Ordem formulada pelo vereador Reginaldo Pujol, o senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da priorização para a Ordem do Dia da presente Sessão, tendo-se manifestado a respeito o vereador Valter Nagelstein. Após, o senhor Presidente declarou encerrada a Ordem do Dia. Em GRANDE EXPEDIENTE, pronunciaram-se os vereadores João Carlos Nedel e João Pancinha. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Valter Nagelstein, pelo Governo, Engenheiro Comassetto, Lucio Barcelos, Valter Nagelstein, DJ Cassiá, Ervino Besson, Adeli Sell e Paulinho Ruben Berta. Na ocasião, foram apregoados os seguintes Memorandos, deferidos pelo senhor Presidente, solicitando autorização para representar externamente este Legislativo: nº 021/10, de autoria do vereador Beto Moesch, no dia de amanhã, na cerimônia de criação da Reserva Particular do Patrimônio Natural Barba Negra, às dez horas e trinta minutos, no Município de Barra do Ribeiro – RS –; e nº 012/10, de autoria do vereador Aldacir José Oliboni, no dia de hoje, em audiência pública sobre a criação da Escola Técnica Federal de Saúde na Zona Norte de Porto Alegre, às dezoito horas, na Escola Técnica José Mesquita, em Porto Alegre. Também, foi apregoado Requerimento s/nº, de autoria do vereador Mauro Zacher, deferido pelo senhor Presidente, solicitando autorização para representar externamente este Legislativo no dia de amanhã, em palestra sobre “Bullying”, no 10º Encontro de Conselheiros Tutelares da Regional Missões, no Município de Santo Ângelo – RS. Na oportunidade, o senhor Presidente informou que, a partir da próxima semana, os microfones das tribunas serão desligados quando concluído o tempo regimental de pronunciamento dos senhores vereadores. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os vereadores Engenheiro Comassetto, em tempo cedido pelo vereador Carlos Todeschini, Dr. Thiago Duarte, este em tempo cedido pelo vereador DJ Cassiá, Dr. Raul e Alceu Brasinha, este em tempo cedido pelo vereador Dr. Thiago Duarte. Em PAUTA, Discussão Preliminar, 1ª Sessão, estiveram os Projetos de Lei do Legislativo nos 206/09, 023 e 004/10, este discutido pelos vereadores Ervino Besson e Reginaldo Pujol, e o Projeto de Resolução nº 005/10. Às dezessete horas e cinquenta e oito minutos, nada mais havendo a tratar, o senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos vereadores Nelcir Tessaro e Mario Manfro e secretariados pelo vereador Bernardino Vendruscolo. Do que eu, Bernardino Vendruscolo, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Registramos a presença do Ver. Anselmo Pereira, Vice-Presidente da Câmara Municipal de Goiânia; do Ver. Clécio Alves, Presidente da Comissão Mista da Câmara Municipal de Goiânia; da Verª Sirlene Borba e do Dr. Allen Viana, Procurador da Câmara de Goiânia. Quero dar as boas-vindas a essa cidade. Temos aqui o nosso Ver. Sebastião Melo, que também é de Goiânia; peço a ele que receba os nossos colegas com aquele calor humano que o gaúcho sabe dar. Sejam bem-vindos, colegas Vereadores!

Vamos suspender a Sessão por dez minutos para fazermos a reinauguração do nosso Plenário Otávio Rocha. Convido todos, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, a se dirigirem ao saguão de entrada.

Estão suspensos os trabalhos da presente Sessão.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h09min.)

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro - às 14h25min): Estão reabertos os trabalhos.

O Sr. 1º Secretário procederá à leitura das proposições apresentadas à Mesa.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO (Bernardino Vendruscolo): (Lê as proposições apresentadas à Mesa.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Solicito aos Srs. Vereadores que registrem suas senhas. O registro da digital será feito na próxima semana, hoje apenas registrem a senha. Solicito aos Líderes de Bancada que se aproximem da Mesa para definirmos a votação do dia de hoje.

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN (Requerimento): Sr. Presidente, solicito a inversão da ordem dos trabalhos: que possamos, imediatamente, entrar na Ordem do Dia e, após, retornarmos à ordem normal.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Valter Nagelstein. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

Passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

Apregoamos a Subemenda nº 01 à Emenda nº 02, de Liderança, ao PLL nº 118/09. (Lê.): “Art. 1º - Altera o § 2º, que passa a ter a seguinte redação: ‘§ 2º - Os representantes dos permissionários serão eleitos pelos próprios permissionários’”.

Em discussão o PLL nº 118/09, com Emendas nos 01 a 03 e Subemenda nº 01 à Emenda nº 02.

 

O SR. TONI PROENÇA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, temos acordo para fazer só encaminhamentos deste Projeto, evitando a discussão.

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr. Presidente, a informação que eu tenho é que a Subemenda nº 01, esta que V. Exª acaba de apregoar, foi protocolada há pouco, sem cópia aos Vereadores.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Sim; só depois de apregoada, as cópias são encaminhadas. Eu solicito que sejam enviadas cópias a todos os Vereadores para conhecimento do teor da Subemenda.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 2792/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 118/09, de autoria do Ver. Toni Proença e outros, que institui os Fundos de Apoio e Fomento aos Centros Populares de Compras e dá outras providências. Com Emendas nos 01 a 03.

 

Parecer:

- da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto e das Emendas nos 01 e 02.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 15-03-10.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em discussão o PLL nº 118/09. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação o PLL nº 118/09. (Pausa.) A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 118/09.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Boa-tarde, Presidente; colegas Vereadoras e Vereadores, sobretudo guerreiros, lutadores, trabalhadores do Centro Popular de Compras que hoje nos prestigiam numa votação que, para nós, é muito importante. Todos nós lembramos quando estes mesmos trabalhadores estiveram aqui na Tribuna Popular, no dia 30 de abril, como o querido Juliano Fripp, que usou esta Tribuna para falar dos problemas que lá havia - do fluxo de pessoas, do cálculo equivocado do valor do aluguel, dos problemas de ventilação -; uma série de questões foi levantada pelos trabalhadores, situações que perduraram durante o ano de 2009. Todos nós acompanhamos os pronunciamentos, como o pronunciamento desta Vereadora, da Verª Sofia Cavedon, do Ver. Toni Proença, do Ver. Elias Vidal, que, invariavelmente, traziam as necessidades, junto com o Ver. Airto Ferronato, então Presidente da Comissão de Economia Finanças e Orçamento, que garantiu vários debates acerca do Camelódromo nesta Casa. Foi um ano de muita luta. Foi um ano em que esses trabalhadores batalharam imensamente para tirar uma loja que escondia a entrada e que não era objeto inicial do Camelódromo, como foi a loja da Oi; para que a escada do bloco B levasse até às lojas do bloco B, o que não ocorria; para que não houvesse despejos e para que esses trabalhadores tivessem o seu problema encarado como um problema social.

Esses trabalhadores foram retirados das ruas do Centro da Capital, onde permaneceram por 20, 25, 30 anos vendendo. Eles passaram a enfrentar esses problemas quando foram orientados a se concentrar no Camelódromo, onde não conseguiram reproduzir da mesma forma as suas vendas, porque ali há pouca circulação de pessoas, até por ser um local fechado - é evidente que nas ruas, como na Av. Voluntários ou nas proximidades do Parobé, onde ficavam, havia mais movimento. Muitos desses trabalhadores, Ver. Mauro Zacher, colocaram as suas economias para construir a sua banquinha no Camelódromo, para comprar as araras, para comprar as mercadorias. Usaram as suas economias para pagar a dívida do aluguel, que é muito caro perto do que vendem, aluguel que foi mal calculado desde lá do início e que nós, há um ano, estamos dizendo que tem que ser rediscutido. O projeto do Fundo nasceu dessa mobilização, nasceu dessa luta permanente dos trabalhadores aqui da Câmara, do Camelódromo, das ruas da Cidade, para que houvesse uma solução, Ver. João Antonio Dib, há médio prazo - ainda mais depois de construído o estacionamento, que não constava do projeto original.

O projeto inicial do Camelódromo era composto por bancas para os trabalhadores populares, mas, ao longo do ano, foi sendo deturpado. Nós vemos venda de motos no Camelódromo; lá são pagos aluguéis por restaurantes e farmácias, e não se sabe de quanto; há um banheiro, Ver. Dr. Raul, no andar térreo, que passou a ser de uso privado, justamente em um local no Centro da Cidade onde há poucos banheiros! O valor do condomínio só sobe, começou em 80 reais e agora está em quase 100 reais, e a situação continua a mesma para muitos: passa uma semana e há pessoas que não vendem sequer dez reais. Se vocês perguntarem para a Karine, que está sentada nas galerias, para a Dona Maria, para a Dona Elisa, para a Dona Vera, para o Waldomiro, para o Roger quanto venderam nesta semana, os Vereadores vão ficar espantados, porque eles não venderam nem o suficiente para garantir o pão dentro de casa, que dirá para garantir um aluguel que pode chegar a 500 reais mensais.

Por isso este Projeto, e estou otimista no sentido de que vai ser aprovado pela unanimidade dos Partidos da Casa, com as Emendas que foram apresentadas; é um passo no caminho de uma solução, é um passo na busca de recursos que permitam o melhor reaproveitamento dos espaços, porque as pessoas do bloco B e alguns setores do bloco A não conseguem vender o suficiente para pagar esses 500 reais de aluguel, que é abusivo. Portanto, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, nós contamos com o voto de cada um e de cada uma; contamos, sobretudo, com a luta e a mobilização de vocês, que garantiram que este Projeto estivesse aqui hoje. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 118/09.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores presentes; um abraço todo especial ao nosso pessoal do Camelódromo. Eu quero começar a minha discussão falando exatamente a mesma coisa que falei na primeira reunião que tivemos aqui na Câmara Municipal, quando houve uma mobilização de camelôs, e as nossas galerias estavam bastante lotadas. Quero dizer que neste País - eu sou estudioso profundo disso - há os grandes empresários e as grandes empresas, e, para as grandes empresas, a maioria delas multinacionais, é só ameaçar chegar aqui, e todos os Governadores, Prefeitos, Vereadores, Presidente da República saem alvorotados e desesperados na busca e na oferta de favores, favores em dinheiro, bilionários, bilhões e bilhões de reais; quando é para o pequeno empresário nacional, que sofre as agruras das incertezas que os negócios privados requerem, daí a questão muda de figura. E a luta precisa ser bem maior e muito árdua, meu caro Ver. DJ Cassiá.

Desde o primeiro momento em que estivemos aqui - na época eu era Presidente da Comissão de Finanças -, nós dizíamos que a Comissão de Finanças tinha mecanismos e podia contribuir com esse debate. Participamos de todas as reuniões.

E quero aqui fazer um registro. Tudo aconteceu, tudo começou e tudo se discutiu na Comissão de Finanças, foi através da Comissão. E eu, como Presidente, ouvi bastante e falei o necessário. Agora tenho absoluta consciência de que, quando agi, agi na busca de alternativas que seriam melhores para o Camelódromo. Porque o melhor para o Camelódromo é o melhor para a cidade de Porto Alegre. Sendo bom o Camelódromo, nós estamos, meu caro Toni, trazendo benefícios aos camelôs, aos titulares e proprietários, ao Poder Público, mas, muito especialmente, à cidade de Porto Alegre.

E este Projeto que aqui está é uma conquista de vocês. Foi assinado por diversos Vereadores. O Projeto aconteceu, porque foi uma das propostas que aconteceram na CEFOR. E essa proposta vingou não pelos Vereadores da CEFOR, mas pela manifestação e mobilização de todos os participantes do comitê.

Então, eu quero registrar que é um passo, um pequeno passo, um grãozinho de areia, comparativamente aos bilhões que seriam derramados se isso fosse para os grandes empresários. O Brasil vive nesse atoleiro que está porque dá muito pouca assistência aos pequenos. Precisamos compreender que os grandes têm pernas grandes; agora, os pequenos precisam e merecem o apoio do Poder público, porque é o pequeno empresário aquela fatia de economia que mais fornece e oferece emprego e renda neste País. A média nacional é três funcionários empregados para cada pequeno estabelecimento, e disso há provas. São os pequenos os maiores empregadores em número: milhões de pequenas empresas espalhadas neste País. Obrigado, deixo um abraço.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Luciano Marcantônio está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 118/09.

 

O SR. LUCIANO MARCANTÔNIO: Obrigado, Presidente Tessaro. Colegas Vereadores, cidadãos presentes no Plenário e nas galerias, principalmente comerciantes populares que estão aqui defendendo seus direitos, quero fazer o encaminhamento pela Bancada do PDT a respeito deste Projeto, que visa a intervir para contribuir na estruturação, no enriquecimento e principalmente em relação às necessidades financeiro-econômicas de alguns comerciantes populares que estão com grande dificuldade de colocar em dia os aluguéis, principalmente aqueles comerciantes populares localizados no bloco B.

Como membro da Comissão de Constituição e Justiça, tive a honra de debater por duas Sessões este assunto, e numa delas esteve presente, inclusive, o Secretário Idenir Cecchim, da SMIC, quando se reuniram também os Vereadores da Comissão de Constituição e Justiça, os comerciantes populares, liderados pelo Sr. Juliano. É importante esse diálogo, porque essa transferência dos comerciantes populares, das calçadas para o shopping, é uma mudança de cultura, e toda mudança de cultura necessita de muito cuidado do Poder Público, para que seja feita de uma forma que traga crescimento, ganhos e para que não se cometam injustiças. Por isto esta Casa, a Câmara de Vereadores, está de parabéns: por ter debatido exaustivamente esse assunto, juntamente com os comerciantes populares, com o Secretário da SMIC, no sentido de encontrar uma alternativa, a fim de que essa cultura - mudada, alterada - possa ser realizada de maneira a cessar a maioria das injustiças que ainda ocorre em relação a muitos comerciantes populares que dependem da venda diária dos seus produtos para pagar o aluguel, que nunca pagaram antes. Não é fácil mudar um costume, um hábito, de um dia para o outro. Hoje esses aluguéis giram em torno de 700 reais por mês. É muito para quem não pagava nada. Mas todos têm que pagar. E há uma série de discrepâncias na formatação desse shopping, que chamamos de Camelódromo, e principalmente em relação ao aluguel dos blocos B e A, que pagam a mesma coisa, sendo que o bloco B enfrenta grandes dificuldades em relação ao bloco A, em termos de acesso, de localização, de espaços, de serviços. Então, no sentido de corrigir as injustiças que possam ter ocorrido - se ocorreram, não foi com má intenção, com má-fé do Governo, mas, sim, são lacunas que ficam -, agora o Poder Legislativo está aqui preenchendo essas lacunas.

A Bancada do PDT vai votar favorável a este Projeto, vai votar favorável à instituição desse Fundo, porque assim estaremos construindo uma alternativa para que todos os comerciantes populares - hoje localizados no shopping chamado de Camelódromo - tenham condições de se adaptar a essa nova cultura. Todos nós, Vereadores - o Ver. Tarciso liderou este processo na nossa Bancada, do início ao fim, e quero fazer uma homenagem a ele -, todos os Vereadores da Bancada do PDT, principalmente o nosso Prefeito Fogaça, que jamais abandonou também essa causa, jamais virou as costas para esta causa... Se não for também a sensibilidade do Prefeito Fogaça, não vamos conseguir o resultado da votação de hoje. Então, comerciantes populares: parabéns por lutarem pelo seu direito! Parabéns pelo trabalho de vocês! Vocês merecem todo o nosso respeito! Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Toni Proença está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 118/09.

 

O SR. TONI PROENÇA: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; parabéns pela reinauguração do Plenário Otávio Rocha! Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, senhoras e senhores, principalmente os comerciantes do Centro Popular de Compras que acompanham a votação deste Projeto hoje, nós construímos juntos, a muitas mãos, este Projeto - Vereadores de todas as Bancadas, líderes dos comerciantes do Centro Popular de Compras. Alguns membros do Governo ajudaram, como o Secretário Adjunto da Fazenda, Dr. Zulmir Breda, ele nos possibilitou muitas informações para que chegássemos a este Projeto; além do Parecer do Ver. Reginaldo Pujol, que deu possibilidade para a tramitação deste Projeto, a partir da CCJ desta Casa.

Este Projeto, que institui os Fundos de Apoio e Fomento aos Centros Populares de Compras - na verdade, cria Fundos para todos os centros populares de compras que forem instalados em Porto Alegre, além daquele que vocês ocupam hoje -, tem o objetivo de construir ferramentas para iniciativas de marketing, publicidade e propaganda, iniciativas de readequação e capacitação dos comerciantes, comerciantes que outrora tinham, vendendo nas ruas, a compra compulsória, às vezes, dos transeuntes e que hoje têm que se readequar a um espaço fechado, como é um shopping center. Que eles possam, inclusive, em alguns casos, ter uma ferramenta, um instrumento para substituir a mercadoria que vendem por uma mercadoria mais vendável, mais atual, às vezes com mais rentabilidade; que possam fazer adequações no layout do próprio shopping; que possam, enfim, ter um instrumento de garantia de microcrédito para capital de giro. É necessário tudo isso para quem tem uma atividade empreendedora num centro comercial fechado.

Essa é a ideia do Projeto, porque vocês, que prestaram um serviço à Cidade como comerciantes, ambulantes, como camelôs, na Praça XV, na Rua José Montaury, ao atualizarem o novo desenho urbano da Cidade, foram parceiros do Governo e da Cidade ao entenderem que a Cidade, agora, precisava daquele espaço para o trânsito de pessoas, de pedestres, para o trânsito de automóveis; e vocês seriam readequados no novo espaço. Muito bem, vocês deram a colaboração de vocês. E, ao darem a colaboração, encontraram uma série de dificuldades, muitas já relatadas aqui. Pois o que nós estamos fazendo é ir consertando as coisas aos poucos. O Fundo é uma das ferramentas de que vamos precisar. Precisaremos de outras, mas o Fundo é uma das ferramentas. Por que isso? Porque esse é o primeiro Centro Popular de Compras de Porto Alegre. Portanto, é preciso que ele se mantenha em permanente alteração e adequação. É preciso que os comerciantes se mantenham em permanente adequação e alterando o seu comportamento para que possam enfrentar o mercado, para que possam enfrentar as dificuldades e continuar sustentando suas famílias através do esforço do empreendimento de cada um de vocês. Essa é a ideia do Projeto, não mais do que isso.

O Projeto contou com o apoio, com a compreensão e o entendimento de todos os Vereadores desta Casa! Todos os Vereadores foram muito consultados, a matéria foi discutida, estiveram permanentemente atentos a este Projeto. Chegamos hoje à votação, e tudo indica que poderemos aprovar este Projeto. Estão de parabéns vocês, comerciantes, lutadores; estão de parabéns os Vereadores de todas as Bancadas; está de parabéns o Governo, que soube entender as dificuldades e ser parceiro para fazer as alterações que precisam ser feitas.

Parabéns a todos, principalmente à Cidade, que ganha um novo instrumento, um novo Centro de Compras e um novo desenho urbano no Centro da Cidade. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 118/09.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores, hoje, com toda a certeza, é um dia praticamente de festa, porque parece que um problema que vem se arrastando por vários meses está sendo equacionado através deste Projeto de Lei que estamos votando. Mas nós precisamos viver de acordo com a realidade que nos circunda. Se alguém afirmar desta tribuna que este Projeto de Lei está resolvendo de vez o problema, estará faltando com a verdade. Não está resolvendo de vez o problema, e eu vou dizer por quê. Acontece que a criação do Fundo deveria ser feita através de um Projeto de iniciativa do Prefeito Municipal. A Lei Orgânica do Município é extremamente clara, quando, lá no seu art. 94, coloca que existe iniciativa do Prefeito Municipal para a criação de estruturas públicas. E vai mais à frente quando diz que administrar os bens e as rendas municipais e promover o lançamento, fiscalização e arrecadação de tributos está, na verdade, nas mãos do Sr. Prefeito Municipal.

Nós estamos aqui com um Projeto que passou pela Comissão de Constituição e Justiça, para que pudesse ter celeridade, a fim de resolver um problema que precisava ser resolvido. E nós vamos esbarrar ou podemos esbarrar, mais à frente, no Tribunal de Justiça. Quando existe uma lei que é inconstitucional - esta, na verdade, é uma lei que tem problemas de vício de iniciativa -, alguém pode arguir lá no Tribunal a legalidade, por causa do vício de iniciativa, e acabar derrubando a lei, derrubando o Fundo. Eu não acredito que alguém vá lá fazer essa arguição, mas precisamos ter consciência de um perigo que vai continuar sobre-existindo mesmo depois que aqui tivermos aprovado a lei, mesmo depois que o Prefeito Fogaça tiver sancionado o Projeto de Lei. Antigamente a sanção do Prefeito sanava, Ver. Nelcir Tessaro, o vício de inconstitucionalidade, o vício de iniciativa; hoje, de acordo com o entendimento do Tribunal, quando existe esse vício de iniciativa, ele não é sanado pela sanção do Prefeito.

O que poderia sanar essa questão é um outro Projeto vindo do Prefeito Municipal nos mesmos moldes, substituindo este que está sendo votado hoje, aqui, para que realmente todos pudessem ficar com absoluta tranquilidade. Mas, enquanto isso não acontecer, com toda a certeza precisamos ficar sempre atentos, porque, com relação a qualquer arguição que haja frente ao Tribunal, estaremos correndo o risco de o Fundo se desfazer por completo. Quero falar sobre isso apenas para que não sejamos pegos de surpresa, porque isso seria muito ruim para todos. “Ora, os Vereadores todos disseram que o problema estava resolvido”, mas ele não está resolvido. Então é necessário que realmente fique esse lembrete, a fim de sabermos por qual matéria estamos lutando.

Com toda a certeza, nós, da Bancada do PSDB, o Ver. Mario Manfro e eu, vamos votar favoravelmente ao Projeto de Lei, sabendo da sua inconstitucionalidade. Assim também foi o nosso encaminhamento lá na Comissão de Constituição e Justiça, quando demos guarida para a tramitação da matéria, mesmo sabendo que havia vício de iniciativa e, portanto, problemas de inconstitucionalidade. Mas a Comissão de Constituição e Justiça fez com que o Projeto tramitasse com celeridade, a fim de que ninguém ficasse atrapalhado por causa da sua não votação neste Plenário. Então, desejo, realmente, que todos possam resolver os seus problemas através da votação deste Projeto, mas nunca é demasia solicitar ao Executivo que mande para a Casa uma matéria parecida, a fim de consubstanciarmos o que estamos votando no dia de hoje. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 118/09.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, amigos que aqui se encontram, os que nos acompanham pelo Canal 16, não estamos fazendo mais do que a nossa obrigação, em agradecimento ao comportamento pacífico dos senhores e das senhoras quando da implantação do CPP - Centro Popular de Compras -, uma experiência para a cidade de Porto Alegre, sem sabermos, no futuro, se realmente teria sucesso ou não.

Diante do fato e das palavras do Ver. Luiz Braz, procuramos saber e vimos que pode existir o vício de origem. Mas o dinheiro que é endereçado do estacionamento para a EPTC... Como a EPTC é órgão do Governo, está tudo bem. Discursos demorados não resolvem, apenas vim aqui para dizer, em nome da Bancada do PMDB, que vamos votar favoráveis ao Projeto, evidentemente, e a outros que deverão vir, para que vocês possam continuar trabalhando com mais dignidade, para que tenham lucro nos seus trabalhos. Que, através do Fundo que será criado hoje, vocês possam cumprir com seus compromissos financeiros, de locação, cumprir todos aqueles compromissos que vocês - não camelôs, essa palavra não existe -, comerciantes do nosso CPC, têm. Se Deus quiser, com a revitalização também do Cais do Porto, teremos ali um ponto turístico na nossa Cidade. Termino aqui, sem mais delongas e sem muito discurso. Nós fazemos as leis para beneficiar aqueles que merecem, e vocês são merecedores pela forma com que se conduziram na formação do primeiro Centro Popular de Compras de nossa Cidade. Não estamos fazendo mais do que a nossa obrigação; estamos, simplesmente, devolvendo a todos vocês a confiança e o carinho que sempre nos dispensaram. Obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 118/09, pelo Governo.

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; em primeiro lugar, permita-me cumprimentar V. Exª, as Sras Vereadoras e os Srs. Vereadores pela inauguração do Plenário deste Legislativo Municipal. Da mesma forma, eu quero cumprimentar a comitiva dos Vereadores de Goiânia que nos visita hoje: o Vice-Presidente, os demais Vereadores e o Procurador daquela Casa Legislativa. Igualmente cumprimento os micros e pequenos empresários do nosso Centro Popular de Compras.

No nosso País, mais de dois terços dos empregos gerados das economias das famílias se sustentam pelas micro e pequenas empresas. Mas, infelizmente, por força de carga tributária, de burocracia, de custos trabalhistas e demais dificuldades, mais de 90% das micro e pequenas empresas acabam perecendo, morrendo nos primeiros anos de sua existência. Existem pequenos empreendedores por vocação, e existem pequenos empreendedores por necessidade: aqueles que sabem fazer negócio, que negociam pela sua própria natureza, e aqueles que tinham emprego, tinham um trabalho e, de repente, se viram demitidos, têm família para sustentar e tiveram que buscar alternativas de subsistência, de sobrevivência e de dignidade comerciando num pequeno negócio. Parcela pequeníssima desses pequenos negócios prospera, e talvez aí esteja o maior desafio de nós, políticos, Ver. João Antonio Dib, que é o de criar um ambiente propício para que essa parcela da economia, que é a mais significativa em nosso País, que é a mais democrática, é aquela que sustenta mais famílias e mais pessoas, possa sobreviver com melhor e maior qualidade.

O Governo precisa dar fomento, seja através de crédito ou de microcrédito, o que, infelizmente, em nosso Rio Grande do Sul, em Porto Alegre especialmente, ainda é muito pequeno ou quase inexistente. Nós precisamos ter agentes de crédito que visitem o Centro Popular de Compras, o pequeno empresário. Precisamos criar a figura do aval solidário, em que um dá garantia para o outro; ou consigam capital de giro ou comprem material de estoque, ter microcrédito para isso. É importante, não existe essa cultura ainda no Rio Grande do Sul. Essa é uma cultura que vocês micro e pequenos empresários precisam desenvolver. Eu estive no Banco do Nordeste, que é o banco, no Brasil, que tem o maior programa de microcrédito, e lá funciona o aval solidário. Os pequenos empresários, os microempresários uns ajudam os outros e, reunidos, aprovam quem vai entrar no microcrédito para receber quinhentos reais, mil reais, dois mil reais, até cinco mil reais. E há inadimplência? Não, não há, porque se sabe, isto é estatístico, que, quanto mais pobre é o empreendedor, mais correto ele é e mais pontualmente cumpre com as suas obrigações. (Palmas.)

Então, nós precisamos, sim, olhar com atenção, olhar com carinho e, como disse o Ver. Ferronato, não só olhar para os grandes, dando incentivo. São importantes os grandes? Sim. Vamos olhar os shopping centers. Por que vocês acham que nos shopping existe uma loja grande e várias lojas pequenas? Porque é um conceito, aquela loja grande é âncora para as lojas pequenas. Essas coisas nós precisamos estimular. Eu acho que a lei é o aperfeiçoamento. O filho da gente não nasce pronto, a gente vai moldando. Ele cresce na barriga, nasce, a gente amamenta, alimenta, vai educando. E a mesma coisa é essa ideia, que foi generosa, porque, durante mais de 30, 40, 50 anos, os micro e pequenos comerciantes ambulantes de Porto Alegre estavam no sol, na chuva, no calor, no frio, não importava, tinham que armar barracas de lona. Então, a ideia era boa, mas não era perfeita. E é exatamente isto que nós estamos querendo fazer: demos um passo no caminho da dignidade do micro e do pequeno empresário e agora precisamos continuar avançando. Por isso quero cumprimentar todos os Vereadores que se debruçaram sobre essa lei, Verª Fernanda, Ver. Toni, nossos Vereadores do Governo; quero cumprimentar o Prefeito José Fogaça, sim, porque é do seu Governo a iniciativa de criar o Centro Popular de Compras. Foi o primeiro passo, e agora nós vamos avançando para conferir dignidade.

Eu acho que o zoneamento é algo importantíssimo. Nem todos têm a mesma renda, é óbvio; então, não podem todos, de forma linear, pagar o mesmo aluguel. E essas questões do estacionamento também são aperfeiçoamentos que nós temos que ir fazendo. Espero, Sr. Presidente, que realmente não haja contestações judiciais. O alento, a esperança e a convicção que eu tenho é de que essa parcela tão importante da economia da nossa Capital e que foi olhada com carinho e atenção - houve alguns tropeços - continua recebendo a atenção e a preocupação da classe política da nossa Cidade. E tenham a certeza de que os pequenos comerciantes, os pequenos empreendedores, os microempresários não vão ser, como não estão sendo, desamparados pelo Legislativo de Porto Alegre. Sucesso! Felicidade! Eu desejo, do fundo do coração, que os pequenos negócios de vocês prosperem e, daqui a pouco, cada um seja um grande empreendedor. Obrigado, Presidente. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Nilo Santos está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 118/09.

 

O SR. NILO SANTOS: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhores e senhoras que nos acompanham, quero ser o mais breve possível para agilizarmos a votação. Na realidade, senhoras e senhores, qualquer ferramenta que beneficie o pequeno é uma ferramenta bem-vinda, por isso venho encaminhar em nome do Partido Trabalhista Brasileiro, o PTB - Vereadores DJ Cassiá, Brasinha, Tessaro -, favoravelmente a esse Projeto; tem nosso apoio. A nossa Bancada torce para que vocês consigam prosperar, crescer muito naquele lugar. O Ver. Brasinha é um grande defensor dos pequenos. O pequeno sofre todos os dias para poder pagar suas dívidas; se não trabalhar, não recebe; se não receber, não tem como pagar, mas, mesmo assim, ele dá um jeito, vai lá e paga. É assim, o meu pai tinha um armazém pequenininho, começou dessa mesma maneira. Muitas pessoas acham que, porque tem um comércio que vende alguma coisa, sobra dinheiro. Na realidade, entra dinheiro e sai dinheiro, é um giro o tempo todo. Portanto, qualquer ferramenta que venha a beneficiar o pequeno comerciante será sempre bem-vinda. Com certeza podem contar com o apoio da Bancada do PTB. Obrigado, senhoras e senhores. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 118/09.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, há uma coincidência muito feliz: hoje não estamos inaugurando este Plenário, estamos inaugurando uma renovação deste Plenário, uma complementação das coisas que aqui constam há mais tempo e que precisaram ser atualizadas. O Ver. Toni Proença - juntamente com o Ver. Airto Ferronato, com a Verª Fernanda Melchionna, com o Ver. João Pancinha, com o Ver. Nelcir Tessaro, com a Verª Sofia Cavedon e com o Ver. Tarciso Flecha Negra, que são os proponentes deste Projeto - disse, com muita propriedade, que o que nós estamos aprovando hoje, Ver. João Dib, não é nenhuma solução definitiva para qualquer problema, mas é um caminho. Eu diria que é um grande, um bom caminho que se abre.

Por isso, e com a responsabilidade de quem foi Relator da matéria, eu venho à tribuna para uma pequena digressão. Em verdade, o Projeto precisou ser amoldado, ajustado, houve uma concordância geral de que as ponderações do órgão técnico da Casa, da Procuradoria, a respeito de que os artigos 4º e 5º, eram absolutamente procedentes. Por isso nós diligenciamos em duas Emendas, as de nºs 02 e 03, que corrigem essa situação.

É evidente que o Ver. Luiz Braz não deixa de ter razão quando faz ponderações acerca da iniciativa, um tema polêmico em que esta Casa se encontra envolvida há muito tempo e que tem prestado para soluções e dissoluções de toda a ordem. Saliento que a forma com que foram redigidas as Emendas, além de comprometer o Prefeito Municipal, pela sanção, compromete o Prefeito pela regulamentação, à medida que a relação dada aos artigos 4º e 5º determina que o procedimento a ser seguido seja regulamentado em tempo hábil pela Prefeitura Municipal, pelo Chefe do Poder Executivo, que, evidentemente, com isso, estará convalescendo a proposta, fruto dessa ampla negociação, sobre a qual a Comissão de Constituição e Justiça tem uma importância muito grande. Razão pela qual eu cumprimento o Ver. Pedro Ruas, hoje ausente em função de uma pequena cirurgia que realizou, mas ele foi o patrocinador do grande palco do entendimento que acabou sendo celebrado.

Por isso - e aí eu chego na parte fundamental - a Verª Fernanda Melchionna, com muita inteligência, negociou com o Governo do Município a aprovação de uma Emenda, a Emenda nº 03, que permite, com a sua expressão, a promoção e a adequação dos espaços do Centro Popular de Compras, sempre necessário, levando em consideração a necessidade de um novo zoneamento, que é um apelo que a comunidade toda faz, e aqui fica aberta mais uma porta, mais um caminho para que isso possa ser concluído. E, Verª Fernanda, não posso dizer a mesma coisa com relação a uma Subemenda, Ver. Valter, colocada também pela Verª Fernanda Melchionna, quando ela subtrai a expressão dizendo que os representantes, livremente eleitos pelos permissionários, deverão ser homologados pelo Prefeito Municipal. Se não tivesse a expressão, mesmo assim teriam que ser homologados pelo Prefeito Municipal, porque não há nenhum Conselho, neste Município de Porto Alegre, que não seja objeto da indicação e da consequência da homologação pelo Prefeito. Mas o que é mais perigoso, Vereador-Presidente, é que a homologação do Prefeito é a definitiva garantia que se tem a respeito da legalização do Projeto de Lei. Então, é por isso que o Ver. Valter, que fez ponderação nesse sentido, tem a mais absoluta razão. Não acompanhar, Verª Fernanda, neste particular, não é diminuir o seu trabalho; é reconhecer que o seu desejo de acertar pode criar uma margem de risco que não seria desejável para este Projeto, porque, afinal, tudo que nós queremos é que o Projeto seja aprovado para valer, não para ser vetado. Era isso. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 118/09.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Ver. Tessaro; parabenizo-o por agilizar as obras deste belíssimo Plenário. Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, queridos e queridas ambulantes populares (Palmas.), eu estou tão emocionada quanto vocês neste momento. Sei também que não é a solução dos problemas, mas, em nome da Bancada do PT, de cada um dos nossos Vereadores, quero dizer que temos noção dessa pequena conquista, que pode ser um divisor de águas no destino não só do Camelódromo, mas também e principalmente das vidas de cada um de vocês, que já sofreram demais. Nós não estamos no dia a dia lá no Camelódromo, mas fomos muitas vezes visitados aqui e vimos a dor de quem vê minguadas as economias que juntou duramente no tempo da rua para sustentar-se lá no Camelódromo. E aí corre e pede socorro à Câmara de Vereadores.

Este Projeto de Lei nasceu dessa dor, nasceu do desespero que enxergamos no rosto de muitos homens e mulheres no Camelódromo. Nasceu da mobilização de quem não se acomodou como alguns, que desistiram e foram embora por entender que “eu não posso, eu não suporto”. Nasceu da luta de quem não se acomodou, Srs. Vereadores, de quem quis apostar e investir, entendendo que poderia mudar, fazendo dar certo aquele espaço. Espaço que deveria ser o paraíso procurado, que deveria ser a saída do desconforto, da chuva, da correria do fiscal. Espaço que deveria significar, finalmente, para muitos - como para a Dona Maria, que cito, pois é um exemplo emblemático, é a nossa vovozinha -, o momento de descanso de uma vida sofrida.

Na verdade, isso não aconteceu automaticamente. Nós temos pelos menos 50% dos camelôs em um duro drama de sobrevivência, e uma conta simples de quem está atento verá o porquê. A brutal redução de público pelo menos numa parte grande do Camelódromo, Ver. Toni, não está garantindo que eles sobrevivam lá dentro, que paguem os aluguéis, que paguem o rateio do condomínio. Nem mesmo, Ver. Reginaldo Pujol, os que alugam espaços na praça de alimentação estão conseguindo sobreviver no bloco B.

De fato, o Fundo para o Camelódromo nasceu com o reconhecimento, primeiro, dos Vereadores que vinham recebendo vocês e, posteriormente - digo agora e acho que esta novidade é importante -, quando o Ver. Reginaldo Pujol fez o seu relatório. Ele, certamente, discutiu com o Governo. Então hoje há um reconhecimento do Governo, no sentido de que há um drama lá dentro que precisamos subsidiar, porque não se trata de má vontade - como alguns tentaram dizer - ou de malandros que não querem pagar. Há um problema real, e agora a Cidade estende um instrumento; eles conquistaram, levaram um ano para mostrar esse drama, levaram um ano para que se escutasse.

Esse instrumento, queridos camelôs, não é por si só a solução; novas batalhas estão por aí, eu falo para o conjunto dos Vereadores, é preciso sair logo o edital do estacionamento, para que o recurso de lá beneficie o Camelódromo. O edital precisa ser muito bem feito, porque a Verdicon está ameaçando impugnar na Justiça, diz que no Camelódromo o estacionamento é dela, Ver. Pujol. E nós aqui fizemos um grande esforço em dezembro, fizemos várias reuniões com a Verdicon, tentando construir uma saída para o estacionamento, a fim de que o recurso voltasse para dentro, mas não houve jeito, não houve acordo. Então, tem que haver uma ação muito forte da Prefeitura. E é nisto que nós apostamos ao votar o Fundo: que essa seja uma ação diferente da que houve neste último período; que seja uma ação protagonista, mediadora, uma ação que encontre alternativas, que se faça logo o edital, que se preocupe com a entrada de recursos no Fundo; senão, de novo, eles vão ficar muito sozinhos.

Quero encerrar dizendo que estou preocupada com a fala do Ver. Pujol sobre a Emenda e sobre quem indica os permissionários que irão participar do comitê. O Governo neste último período, Ver. Valter, eu quero enfatizar, tem insistido que os camelôs resolvam seus problemas com a empresa, tem se envolvido muito pouco. Por que agora a gente vai dizer que é o Governo quem indica os camelôs que serão do comitê? Eles têm que construir as saídas de forma autônoma e soberana. Acho que precisamos trabalhar, parar um pouquinho, Sr. Presidente, Ver. Tessaro, e dar uma olhada na Emenda e ver quem compõe o comitê.

Encerro dizendo que o PT, a Bancada do PT, vota a favor do Projeto, porque acreditou, foi sensível e sentiu o drama dos camelôs; quer que dê certo, principalmente para que tenham muita dignidade a partir de hoje, muita dignidade. (Palmas.) Que o Camelódromo cumpra a função para o qual foi criado, foi feito, não pode ser para qualquer outra função, para enriquecimento de outros, para comerciantes que não sejam camelôs. É para os camelôs, é popular, e esse Fundo vai ajudar a fazer com que ele retome essa função e esse destino. É para isso que ele existe.

 

(Não revisado pela oradora.)

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Apregoo o Memorando nº 003/10, de autoria do Ver. Marcello Chiodo, que solicita representar esta Casa no dia de hoje, a partir das 13h30min, na abertura do evento Porto Alegre Wireless. O assunto a ser tratado é a preparação para a Copa do Mundo de 2014.

Apregoo Requerimento de autoria do Ver. Valter Nagelstein, solicitando destaque à Subemenda nº 01 à Emenda nº 02 ao PLL nº 118/09.

O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 018/09.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, ao cumprimentá-los quero cumprimentar todos os trabalhadores da economia popular presentes e dizer que, em relação a esse tema - as Vereadoras Fernanda e Sofia, das Bancadas do PSOL e PT, compuseram o grupo de negociações em nome da oposição -, fica evidente aqui um debate: não é com a aprovação deste Projeto que deverá acabar a discussão, o debate e a organização. Quando aprovamos aqui o Projeto de Lei do CPC, dizíamos que deveria haver um Conselho formado por todos os participantes para poder discutir a gestão do Centro Popular de Compras. Naquele momento, isso não foi ouvido. E as decisões tomadas sempre foram praticamente unilaterais: do Executivo, em consonância com os construtores do Projeto.

No momento em que se propõe aqui a constituição de Fundos de Apoio e Fomento aos Centros Populares de Compras, faz-se aqui um reconhecimento: se há um Fundo que é para apoiar a manutenção da alma do Centro Popular de Compras, que são os permissionários que lá estão, é porque a economia daquele projeto não vai tão bem como é divulgado nos jornais todo dia. Quando é dito aqui que, na constituição do Fundo, esse recurso poderá, inclusive, ser destinado para pagamento de aluguéis e taxas, novamente se reconhece que a economia, para muitos que lá estão, não é tão vantajosa, e que o fato de haver inadimplência não é, simplesmente, uma postura de calote, mas uma postura de poder enfrentar a realidade da sobrevivência dentro do Centro Popular de Compras.

Portanto, essas reflexões não podem acabar com a aprovação do Fundo, elas têm que continuar, de acordo com a Emenda apresentada pelo Ver. Pujol e pela Verª Fernanda, que diz que a composição do colegiado que vai gerenciar essa política será feita por cinco representantes dos permissionários, eleitos pelos mesmos, e mais um indicado pelo Governo. Há duas Emendas aqui para serem discutidas, e nós precisamos antes de vota-las, Ver. Pujol e Verª Fernanda, ter a clareza e saber que esses indicados pelos permissionários não poderão ser, como foi dito na Emenda, vetados pelo Prefeito. Não! Representantes eleitos e escolhidos devem ter a confiança daqueles que os escolheram. E não é somente a escolha desse colegiado; porque aqui também está dito que é arrecadar e gerir recursos resultantes do estacionamento, da locação de espaço para a publicidade e outros. Que recursos são esses? Quais os percentuais? De que maneira será feita a prestação de contas para esse colegiado? Porque, aqui nesta Casa, nós já fizemos um conjunto de acordos a respeito do Centro Popular de Compras, e muitos deles não foram cumpridos até hoje.

Nós só estamos discutindo aqui, e só está havendo esse reconhecimento por parte do Executivo, através do Secretário Cecchim, porque houve uma mobilização, e vocês foram para a rua, apoiados, sim, por um conjunto de colegas Vereadores que se propuseram a intermediar essa negociação. Portanto, não relaxem: sem mobilização não há conquista. (Palmas.) E, para que possa haver a permanência do Centro Popular de Compras, é preciso que, instalado o Conselho, seja esclarecido de que forma os percentuais desses recursos vão entrar e assim por diante. Portanto, em nome da Bancada da oposição, quero cumprimentar todos os colegas, Sr. Presidente, que trabalharam neste tema, com o contraditório, é verdade, mas que apresentam uma proposta para dar mais um passo - que não é a solução definitiva, mas é mais um passo -, que é o de reconhecer os senhores e senhoras como legítimos trabalhadores e quem dá vida àquela construção de cimento: sem gente, sem comerciante, sem vocês lá, nada poderá ser feito. Se é gerado recurso - e é gerado por vocês -, nada mais justo do que esse recurso volte para mantê-los e qualificá-los. Um grande abraço.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Apregoo indeferimento ao Requerimento de autoria do Ver. Valter Nagelstein para votação em destaque da Subemenda nº 01 à Emenda nº 02 ao PLL nº 118/09, tendo em vista que estamos em encaminhamento, não sendo mais cabível isso, frente o art. 173 do nosso Regimento.

Em votação a Emenda nº 01 ao PLL nº 118/09. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA, com abstenção do Ver. João Antonio Dib.

Passamos à Emenda nº 02 ao PLL nº 118/09, a qual passamos a ler (Lê.): “Art. 1º Altera o art. 5º, que passa a ter a seguinte redação: ‘Art. 5º - O Conselho Administrativo de cada Centro Popular de Compras será constituído, de forma paritária, entre representantes da Administração Municipal e permissionários. § 1º - Os representantes do Município serão indicados pelo Chefe do Poder Executivo Municipal; § 2º - Os representantes dos permissionários serão indicados pelos próprios permissionários em lista a ser submetida ao Executivo Municipal, que homologará ou não as indicações’”.

Em votação nominal, solicitada pela Verª Fernanda Melchionna, a Emenda nº 02 ao PLL nº 118/09. (Pausa.)

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA (Questão de Ordem): Nós fizemos um acordo no início dos trabalhos de que aprovaríamos todas as Emendas e Subemendas em bloco, portanto abrimos mão de discutir o Projeto, só iríamos encaminhá-lo. No meio da discussão, foi mudado; infelizmente o Governo não quer garantir que os próprios trabalhadores elejam seus representantes sem a interferência do Governo Municipal, e nós queremos discutir. Fizemos um acordo para o bom andamento dos trabalhos.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Verª Fernanda Melchionna, para votação em bloco, não veio nenhum requerimento para esta Mesa.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, foi um acordo dos Líderes Partidários, e está aí na Mesa.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Este Requerimento quanto à votação em bloco das Emendas não veio.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Vamos ter que começar a registrar em ata os acordos, porque, lamentavelmente, eles não são cumpridos.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Não houve acordo, nem verbal, de votação em bloco. Houve, sim, na aprovação das Emendas, mas ninguém requereu a votação em bloco das Emendas.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON (Requerimento): Eu queria, Ver. Valter, em nome de uma cultura super importante que nós construímos nesta Casa, construir um acordo sobre a votação do Projeto. Eu não participei da discussão, mas a Verª Fernanda comunicou à nossa Bancada que faríamos apenas encaminhamento das Emendas, porque havia acordo para todas elas, mas agora uma emenda será derrotada. Então, gostaríamos, Ver. Tessaro, sob pena de esta Casa perder credibilidade - que não perca a condição de diálogo -, que V. Exª suspendesse os trabalhos por um minuto e chamasse as Lideranças para que se retome o diálogo. É um apelo que faço.

 

O SR. NILO SANTOS: Sr. Presidente, no entendimento da Bancada do PTB, havia, sim, um acordo para aprovarmos todas as Emendas, e o PTB vai manter esse posicionamento. Só para esclarecer. (Palmas.)

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, ninguém consultou a Liderança do PSDB sobre esse acordo. Então, esse acordo não foi feito entre todas as Bancadas. Quero fazer esse registro antes de V. Exª suspender a Sessão.

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr. Presidente, eu só quero fazer uma observação, com o testemunho de todos que estão aqui no Plenário. Este Projeto foi construído, e é bom que haja acordo, como houve. As Emendas acordadas vieram todas no corpo do Projeto, Emendas que consertaram vícios que existiam no Projeto, Emendas da autoria do Ver. Reginaldo Pujol. Quando V. Exª abriu a Sessão, apregoou uma Emenda que não estava no corpo do Projeto, foi trazida no último momento, é a Emenda da Verª Fernanda Melchionna. E o que nós estamos falando, Sr. Presidente, é que em nenhum momento está se retirando dos trabalhadores. A Emenda do Ver. Reginaldo Pujol garante no seu § 2º (Lê.): “Os representantes dos permissionários serão indicados pelos próprios permissionários em lista a ser submetida ao Executivo Municipal, que homologará ou não as indicações”. É porque nós estamos tratando, Sr. Presidente, de uma concessão, de um direito precário, portanto cabe sempre ao Executivo essa homologação. Não é interferência, são os próprios permissionários que vão eleger os seus representantes.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Suspendo os trabalhos da Sessão e chamo os Líderes para discutirmos o presente assunto.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h48min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro – às 15h51min): Estão reabertos os trabalhos.

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN: Nós temos acordo, Sr. Presidente. Quero dizer que todos os Partidos que compõem a base do Governo têm, para nós, a mesma importância. Mas é inquestionável que existem três Partidos que sustentam o Governo: PMDB, PTB e PDT. As posições têm que ser as mesmas. Eu quero dizer que fico muito confortável, quando o Ver. Nilo Santos, que é o Líder do PTB, externa a sua posição, todos nós temos que acompanhar. Então, a partir da posição do Ver. Nilo Santos, nós todos vamos acompanhar. É isso, Sr. Presidente. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Votaremos em bloco, é isso, Srs. Vereadores?

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, como Líder da oposição, quero dizer que a Subemenda apresentada pela Verª Fernanda Melchionna vem para complementar. Portanto, se a base do Governo deu acordo, está resolvido. Está acordado sobre a Subemenda da Verª Fernanda Melchionna. (Palmas.)

 

O SR. TONI PROENÇA: Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; acho que agora, então, com a concordância inclusive do Ver. Luiz Braz, podemos votar em bloco todas as Emendas e, em seguida, o Projeto. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em votação o bloco composto pela Emenda nº 02, com Subemenda nº 01, e a Emenda nº 03 ao PLL nº 118/09. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, com abstenção do Ver. João Antonio Dib.

 

(Manifestações nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em votação nominal, por solicitação deste Presidente, o PLL nº 118/09. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 31 votos SIM e 01 ABSTENÇÃO.

 

(Manifestações nas galerias.)

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 3022/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 129/09, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Napoleão Jacques da Rosa o logradouro público cadastrado conhecido como Rua 7300, localizado no Bairro Restinga.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Bernardino Vendruscolo: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Engenheiro Comassetto: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relatora Verª Sofia Cavedon: pela rejeição do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 08-02-10.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 3383/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 144/09, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Júlio Ribeiro de Castilhos o logradouro público cadastrado conhecido como Rua 7031.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Bernardino Vendruscolo: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Alceu Brasinha: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relatora Verª Fernanda Melchionna : pela rejeição do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 08-02-10.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em discussão o bloco composto pelos seguintes Projetos: PLL nº 129/09 e PLL nº 144/09. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO com a abstenção do Ver. Waldir Canal.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 3650/09 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 026/09, de autoria do Ver. Valter Nagelstein, que concede a Comenda Porto do Sol à artista plástica Dilva Gonçalves de Lima.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Luiz Braz: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Tarciso Flecha Negra: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 22-02-10.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em discussão o PR nº 026/09. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 4160/09 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 033/09, de autoria do Ver. Aldacir José Oliboni, que concede o Diploma Honra ao Mérito à senhora Susana Maria Rossi de Carvalho e Silva.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Luiz Braz: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CECE. Relatora Verª Sofia Cavedon: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 22-02-10.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em discussão o PR nº 033/09. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Em discussão o PLCL nº 018/09. (Pausa.)

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Vai ser discutido e votado hoje?

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Sim, Vereador.

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): Peço a palavra para discutir. Este Projeto era para ser discutido na quarta-feira.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Houve um Requerimento das Lideranças à Mesa no sentido de que este Projeto fosse incluído na data de hoje. (Pausa.) O Ver. Adeli Sell concorda que a votação deste Projeto fique adiada para a próxima quarta-feira, dia 18.

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr. Presidente, registro o meu agradecimento ao Ver. Adeli, em nome da Liderança do Governo.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Está encerrada a Ordem do Dia.

Passamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra em Grande Expediente

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, em virtude de eu ler um texto, vou permitir apartes somente no final. (Lê.) “Muitas vezes me indago, com alguma perplexidade: o que tem a ver o mundo atual com aquele que, desde criança, imaginava que viria a ser o mundo dos homens e mulheres de todos os quadrantes do planeta? Pautado por minha formação cristã, católica, meu mundo seria de fraternidade, de paz e de concórdia. Meu mundo seria, também, de igualdade de direitos, de respeito à dignidade individual e de construção do bem comum. Meu mundo seria, enfim, um mundo bom de viver, de compartilhar com os irmãos e de se transmitir, de consciência tranquila, aos nossos filhos e netos. A adolescência, passada a fase das ilusões, me colocou diante da fria realidade e me trouxe muitas frustrações, que a idade adulta e, hoje, a maturidade se encarregaram de confirmar. A utopia não existe senão nos nossos devaneios, e só lá é possível: o equilíbrio só ocorre nos limites da física e não atinge as relações entre os homens; a perfeição não passa de um ideal e é inalcançável na vida material.

“Devemos, então, entregar-nos ao desencanto? Devemos, acaso, por isso desistir de nossos sonhos? Ou quem sabe devemos reconhecer a derrota e desistir também da vida? Perdoem-me, senhoras e senhores, pelo que possa ser considerado uma superlatividade de análise, aplicada à relação “ser/poder-ser” em nosso mundo. Eu a entendi necessária para realçar a necessidade de uma profunda reflexão acerca de nossas responsabilidades como pessoas, como cidadãos e, em nosso caso particular, aqui na Câmara Municipal, como lideranças políticas no exercício de cargos públicos eletivos. Nascemos pessoas como fruto de uma descendência ancestral, de características humanas, criaturas de Deus por Ele pensadas à Sua imagem e semelhança. E isso não dependeu de nossa vontade. Tornamo-nos cidadãos por uma destinação social, que nos gera direitos, que podemos usufruir, mas que nos impõe deveres, que devemos cumprir. E isso só em parte depende de nossa vontade. Mas, por vocação e por eleição, nós nos tornamos homens públicos nesse caminho, em que desejamos servir ao povo, sim, mas pelo qual também buscamos nossa própria realização. E isso dependeu inteira e exclusivamente de nossa vontade.

“Cada um de nós, ao assumir uma cadeira na Câmara Municipal, desejou estar aqui. Batalhou e conquistou cada voto que lhe foi concedido. Para isso, expôs suas ideias sobre as formas de realização do bem comum e assumiu o compromisso de levá-las avante. Ninguém que tenha sido eleito o foi por acaso, mas sim porque conquistou a confiança de parte da população eleitora, por sua postura e disponibilidade para servir à cidade e a seu povo. Notem que, pela força das convicções consolidadas e pelo hábito de tentar disseminá-las, voltei ao pensamento utópico e configurei uma situação próxima da ideal. Prefiro assim e espero que Deus me mantenha com essa disposição até o último de meus dias.

“Retomando a reflexão: como Vereadores e Vereadoras, por dever de consciência, somos obrigados a proceder em coerência com o que afirmamos. Somos voluntários do serviço à comunidade. Propusemo-nos, de livre e espontânea vontade, a ajudar a construir uma cidade e um futuro melhores - com o povo, para o povo e pelo povo. A bem da verdade, é preciso reconhecer que esta Casa tem se destacado, num plano geral, pela ação afirmatória e confirmatória desses princípios. A divergência de ideias e as diferenças programáticas entre os partidos políticos aqui representados são naturais e mesmo necessárias, pois visam todos, em princípio, embora por caminhos diferentes, ao alcance do bem comum. Ultimamente, entretanto, não são raros os pronunciamentos aqui feitos que nada têm a ver com esse bem comum. Ao contrário, antagonizam-se a ele, muitas vezes buscando a destruição do que está bem feito e até mesmo a aniquilação de adversários. São manifestações de caráter agressivo, de ataque a pessoas e instituições, que atropelam o bom-senso, destoam da boa educação e desviam-se das normas parlamentares. São manifestações que, nada edificantes, nos fazem cair na vala comum do amadorismo político e nos fazem retroceder historicamente aos tempos do homem de neandertal.

“Já escrevi - e a imprensa publicou - que é preciso dar um basta a isso. Chega de luta inconsequente, Sr. Presidente! Vamos lutar apenas para promover o desenvolvimento pessoal e coletivo. Chega de exaltação das diferenças! Busquemos as nossas semelhanças e, através delas, reforçados por elas, persigamos o interesse comum. E chega, então, de discórdia. O tempo é de trabalhar e construir juntos e em harmonia. Não há qualquer motivo para Porto Alegre ser vista exclusivamente pela ótica derrotista e maquiavélica dos que pensam que quanto pior melhor. Porto Alegre tem problemas, sim. E sempre os terá, pois a realidade exterior está permanentemente em modificação, e as necessidades humanas a elas se ajustam, com isso provocando demandas. Mas é inegável que a Administração Municipal tem dado à Capital uma atenção que não está centrada apenas na solução dos problemas atuais da Cidade, herdados ou não de Administrações anteriores. Quem ainda se lembra dos costumeiros alagamentos da Av. Goethe, por onde até jet sky circulou, de forma metafórica, a lembrar a verdadeira utilidade da via pública? A solução dada ao caso não visou apenas à área do Parcão, mas contemplou uma vasta área da Cidade, que estará livre dos alagamentos por muitas décadas. Para além dos problemas atuais, a Administração tem pensado no futuro da Cidade, tentando evitar a ocorrência de outros problemas, decorrentes do próprio desenvolvimento em curso.

“Gosto de transmitir boas notícias e por isso quero aqui destacar algumas obras que se enquadram no que afirmei, obras que alcançam muitos e muitos bairros com benefícios diretos para mais de oitocentas mil pessoas. Eu quero citar aqui as dez obras do DEP que estão em andamento nos bairros junto ao arroio Dilúvio, aos bairros Jardim do Salso, Passo das Pedras, Sarandi, Navegantes, Chácara das Pedras, Jardim Lindóia, Santana, São Geraldo, Rubem Berta, Vila Farrapos, Ipanema, Jardim Isabel. São obras do DMAE, é o nosso grande investimento de meio bilhão de reais e o Socioambiental que o DMAE está executando em Porto Alegre. O DEMHAB tem várias obras, vejam a Nova Vila Santíssima Trindade, que é a nova denominação da Vila Dique, e também a construção das casas lá no Chocolatão.

“O tempo, infelizmente, não permite que eu vá mais longe na enumeração de ações como essas, voltadas para o futuro da nossa Cidade. Por isso, ao encerrar, faço um chamamento, que ao mesmo tempo é um apelo, Ver. Adeli, a todos os colegas Vereadores e Vereadoras, para que a participação de cada um de nós seja inteiramente voltada para o bem comum; que as nossas ações e manifestações sejam todas de construção de um futuro melhor para a nossa Cidade e para o nosso povo; sem abrir mão das próprias convicções, sem necessidade de alinhar-se a ideias antagônicas apenas para acomodar os ânimos e, nas derrotas eventualmente sofridas, sem se entregar ao desânimo ou se lançar à vindita ou represália. Ver. Ervino, nenhuma corrente é mais forte do que o seu elo mais fraco; os fortes elos de nossa corrente estão na força de nossas decisões, que advêm, necessariamente, da discussão democrática que se funda no conhecimento das nossas diferenças e se erguem na convergência dos fins possíveis e realizáveis. Não deixemos que eventuais questões pessoais, por diferenças de personalidades ou de interesses, se tornem o elo mais fraco que determinará a fragilidade de nossa instituição, a Câmara de Vereadores de Porto Alegre”. Muito obrigado, que Deus abençoe a todos!

 

O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Estimado colega Ver. Nedel, de uma forma muito cordial, quero parabenizá-lo pelo pronunciamento. Vossa Excelência é um homem que conhece muito bem a nossa Cidade, que tem sentimentos e que muito bem apresentou os trabalhos feitos pela nossa Porto Alegre. Um homem como Vossa Excelência...não é surpresa para este Vereador, nem para os demais Vereadores desta Casa, pelo caráter, pelo respeito que V. Exª demonstra até este momento. Tenho certeza de que continuará demonstrando o seu caráter, a sua posição, o seu conhecimento, o seu respeito para com os Vereadores e para com esta Cidade, que já o elegeu por alguns mandatos como Vereador da nossa Porto Alegre. Obrigado, Vereador.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Obrigado, Ver. Ervino Besson.

 

O Sr. Valter Nagelstein: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João Carlos Nedel, faço minhas as palavras do Ver. Ervino Besson. Espero que o povo tenha a capacidade de reconhecer as pessoas, porque todos nós sabemos a respeito de V. Exª, que é um homem correto, íntegro, probo, um grande Vereador. Quero também lhe agradecer, em nome da Liderança do Governo, o balanço das ações e dos Projetos que a Prefeitura, o Prefeito José Fogaça, nosso Governo, do seu Partido, do meu Partido e do Partido do Ver. DJ Cassiá, do Partido do Ver. Toni Proença, do Partido do Ver. Mario Manfro, realiza em benefício, em prol da população da nossa Capital. O seu discurso é um discurso cheio de luzes e nos ajuda a verificar que o mundo não é aquele que alguns querem desenhar - o mundo do bem contra o mal -, porque todos, na medida de suas possibilidades e com a graça divina, buscam fazer o que está ao seu alcance para melhorar a sociedade e a vida das pessoas. Vossa Excelência está de parabéns pelo seu pronunciamento em Grande Expediente. Deixo o meu agradecimento em nome da Liderança do Governo pelo balanço feito, são ações de um Governo que faz. Muito obrigado.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Obrigado, Ver. Valter Nagelstein.

Sr. Presidente, Ver. Mario Manfro, agradeço a sua atenção. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pelo Governo.

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, muito rapidamente, antes de entrar no tema principal da minha fala, eu quero fazer votos, Presidente Tessaro, Vice-Presidente Manfro, de que este painel que temos hoje aqui a iluminar o nosso Plenário - dentro de pouco tempo, queira Deus que em dois anos, três anos no máximo - tenha que ser trocado, porque nós empreendemos um esforço muito grande no sentido da remodelação, da modernização do Centro da nossa Cidade a partir do nosso Cais Mauá - verdadeira joia, verdadeiro patrimônio da arquitetura porto-alegrense. Eu espero que, em alguns dias mais, o Cais do Porto, que nos inspira, que foi o berço de chegada dos imigrantes a Porto Alegre, seja renovado, entregue à população da nossa Capital. Que este Centro, que nós já podemos ver que é um Centro que tem edifícios com 40 anos, 50 anos, possa sofrer essa mesma onda de renovação, de investimentos, para que Porto Alegre ocupe o seu justo e devido lugar no concerto das principais capitais do nosso País.

Sr. Presidente e Srs. Vereadores, na sexta-feira este Vereador foi surpreendido por um panfleto mandado fazer pelo Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores e distribuído nos principais hospitais de Porto Alegre, Ver. DJ Cassiá, nosso Vice-Líder. (Mostra o panfleto.) Este panfleto eu recebi na porta do Hospital de Clínicas. É lamentável! Eu quero informar ao Ver. Adeli, por quem tenho enorme respeito, que o Partido do Movimento Democrático Brasileira - veja bem, Vereador: Movimento Democrático Brasileiro - é um Partido que não se presta a ser totalitário: nunca foi, não é dono da verdade, não quer englobar todas as correntes de pensamento, não se julga porta-voz da verdade. Responsável pela redemocratização do nosso País, o PMDB vai agir e vai responder. Não é justo, não é correto e, mais do que isso, é criminoso. Criminoso, Srs. Vereadores e população de Porto Alegre, entre outras coisas, porque aqui há uma farsa, há um crime de falsidade ideológica, há um crime de manipulação de um documento público, em que se retira a assinatura do Prefeito José Fogaça, escaneia-se, coloca-se num outro documento para se dar azo, para se construir uma versão, que é a versão fanatizada da Administração Municipal que a oposição tenta há seis meses, sem sucesso nesta Câmara, vender.

Eu tenho a convicção de que até investigaram a vida do Prefeito José Fogaça, porque dispunham - como a Gestapo, como a KGB e, antes da KGB, Ver. Lucio, a GPU, que foi lá no México e cravou uma machadinha na cabeça de Trotsky - dessas Polícias de Estado. Ótimo! Podem fazê-lo, mas não vão encontrar nada, porque Porto Alegre, o Rio Grande e - por que não? - o Brasil, porque ele foi Senador da República, conhecem a vida do Prefeito José Fogaça. Porque não conseguiram encontrar nada no aspecto criminal, buscaram de alguma forma trazer no aspecto da improbidade administrativa. O que é lamentável! E por que isso é criminoso? Porque se insiste na mentira, na esperança, na perfídia de que a mentira repetida à exaustão se transforma em verdade, o que é próprio, mais uma vez digo, dos regimes totalitários!

Eu tenho aqui o processo, Sr. Presidente, da questão da Saúde em Porto Alegre, desde o primeiro momento, em que acusa o PT, onde a FAURGS diz à Prefeitura que não poderia mais continuar prestando serviço se não fosse paga a taxa de administração de três milhões de reais, e a Prefeitura disse: “Não podemos mais, porque o Ministério Público não permite que se pagasse a taxa”. Quem quis rescindir o contrato com a Prefeitura foi a FAURGS. E a Prefeitura, para fins de manter o serviço essencial à população de Porto Alegre, respondeu dessa forma ao Ministério Público; fez a tomada de preços, que é a forma que se faz, e um Termo de Parceria. E aí, para meu espanto, o Partido dos Trabalhadores critica o Termo de Parceria, quando, na verdade, o Partido dos Trabalhadores, em Salvador, na Bahia, opera o Programa de Saúde da Família da mesma forma! Ou seja, para a Bahia pode, para Porto Alegre não pode! Quando é que isso aconteceu? Quando o Prefeito José Fogaça assumiu a sua candidatura ao Governo do Estado, aí então as baterias se voltaram ao Prefeito José Fogaça. Estes documentos são públicos e notórios, as manifestações do Tribunal de Contas estão todas aqui. Quando o Ministério Público, a Lei, faz a recomendação, recomendação atendida pelo Governo do Município e respondida ao Ministério Público do Estado, que não mais se manifestou, exatamente por isso. Os documentos estão aqui! Agora, não quer ver, Sr. Presidente, quem não quer: o pior cego é aquele que não quer ver. Mas pior ainda que o cego que não quer ver é aquele que deseja, nos olhos da população, pôr a venda da mentira, a venda da calúnia, a venda da infâmia, dilapidando e dilacerando a honra e a dignidade de homens sérios e probos como o Prefeito José Fogaça! A população de Porto Alegre não aceita, a população de Porto Alegre não vai aceitar!

E o Partido do Movimento Democrático Brasileiro, o meu Partido, o Partido do meu Líder, Ver. João Pancinha, dos Vereadores Dr. Raul, Sebastião Melo, Haroldo de Souza, Bernardino Vendruscolo, vai tomar as medidas cabíveis na esfera cível e na esfera criminal para responsabilizar quem tiver que ser responsabilizado por essa atitude criminosa de distribuir um panfleto com calúnias, com infâmias e com injúrias contra o Prefeito de Porto Alegre! Muito obrigado, Sr. Presidente. Tenham a certeza de que nenhum ato irresponsável ficará sem resposta. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Apregoo Memorando do Ver. Beto Moesch, que estará em representação em Barra do Ribeiro nesta terça-feira, dia 16 de março de 2010, às 10h30min.

Apregoo também Requerimento do Ver. Mauro Zacher para representar esta Casa na palestra sobre bullying a ser realizada no dia 16 de março de 2010 em Santo Augusto.

Apregoo Requerimento de representação desta Casa, do Ver. Aldacir Oliboni, para palestrar às 18 horas do dia de hoje na Escola Técnica José Mesquita.

O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; colegas Vereadores, Vereadoras, lideranças aqui presentes, senhores e senhoras que nos assistem; eu imaginava que o Líder do Governo viria hoje à tribuna, já que ele é um dos defensores do povo de Israel, fazer um reconhecimento do papel que o Presidente Lula hoje faz no Oriente Médio. E ele afirma, com todas as letras, que o que está em jogo é a estabilidade do mundo, e vai lá não para bater palmas a Israel, mas para buscar o compromisso e a responsabilidade de Israel perante o equilíbrio do mundo. Hoje o Presidente Lula é reconhecido mundialmente, em todos os cantos do mundo.

Quero aqui falar justamente da democracia e do papel da oposição. Quem não lembra daquela frase de Joseph Goebbels: “Uma mentira repetida várias vezes pode se transformar numa verdade”. Portanto, se não tem argumentos para contestar... Quero que as câmeras mostrem aqui, por favor, o boletim que a nossa Bancada, junto ao Partido, produziu e distribuiu - sim, 20 mil - na sexta-feira, em toda a Cidade, na sua primeira edição. Já nos foi pedido uma segunda edição e estamos pensando na terceira edição. Gostaria que a câmera mostrasse este material de perto, por favor. (Mostra o boletim.) O que diz o material? (Lê.) “Cadê os dez milhões da Saúde? Fogaça sabia e não fez nada”. Então, esta informação nós distribuímos para a Cidade, para toda a Cidade. E aí é o seguinte: não somos nós que estamos inventando essas informações aqui neste boletim, elas já estão nos arquivos públicos, foram divulgadas amplamente pela imprensa, pelos jornais, na investigação que a Polícia Federal fez. O que nós fizemos, na sexta-feira, foi o papel constitucional aqui, de Vereadores da oposição. Produzimos um documento e fomos ao Ministério Público Federal, ao Ministério Público Estadual com toda a documentação, que deu mais de quinhentas páginas, mostrando, passo por passo, o desvio dos 9,6 milhões de reais da Saúde, já comprovados, e pedindo, sim, que o Ministério Público Federal abra um processo de improbidade administrativa.

Eu vou ler o último parágrafo da nossa peça, ela é muito clara, há sete documentos expostos, entre eles está o documento - assinado pelo Prefeito José Fogaça lá em outubro de 2007 - que recebeu do Ministério Público Estadual. O Ministério já anunciava que havia problemas na Saúde, pedia que ele corrigisse e que não pagasse adiantado o Instituto Sollus. O Prefeito Fogaça assinou. Esta assinatura não é - como disse o Líder do Governo - uma cópia falsificada. A oposição é responsável, estes documentos estão prontos para serem distribuídos para quem quiser, os documentos originais inclusive. Se o Líder do Governo quiser uma cópia, passe lá na nossa Bancada, que daremos uma cópia autenticada do documento assinado pelo Prefeito José Alberto Fogaça de Medeiros, que não atendeu às recomendações do Ministério Público.

E o que dizia o Ministério Público? O Ministério Público, em 23 de outubro de 2007, recomendava (Lê.): “Seja suspenso, de imediato, qualquer repasse de verbas antecipado ao Instituto Sollus”. Sobre o Programa Saúde da Família, recomendava para quaisquer valores a serem pagos ao Instituto Sollus para o pagamento de ‘recursos humanos’ decorrentes do Termo de Parceria que fossem exigidas garantias na execução do contrato firmado pelo Termo de Parceria. E, no prazo de trinta dias, o Prefeito deveria se manifestar publicamente. E aqui ainda diz no documento do Ministério Público, assinado pelo Prefeito Fogaça no dia 23 de outubro de 2007 (Lê.): “Presumindo-se, no silêncio, que essa recomendação não foi acolhida pela Administração para fins de definição das medidas legais e futuras a serem adotadas por esta Promotoria de Justiça”. Justamente, pautado neste documento, nós elaboramos uma peça com um conjunto de renomados advogados de Porto Alegre.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Observe o tempo, Vereador.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Usarei o mesmo minuto e cinquenta e seis segundos que o Vereador-Líder do Governo excedeu.

O que pedimos aos dois Ministérios Públicos? “Assim, pelo exposto, vêm os signatários encaminhar a presente representação solicitando a adoção de providências visando à responsabilização do Sr. José Alberto Fogaça de Medeiros, Prefeito Municipal de Porto Alegre, pela prática de atos de improbidade administrativa, sem prejuízo de outras cominações legais cabíveis”. A Bancada de oposição, PT/PSOL, entregou a representação ao Ministério Público Federal, e ela foi acolhida; ao Ministério Público Estadual, onde também foi acolhida; entregamos uma cópia à Polícia Federal, ao Conselho Municipal da Saúde, ao Sindicato Médico e estaremos indo às demais entidades. Inclusive, está agendada a sua entidade, Ver. Valter, a Ordem dos Advogados do Brasil, que está na luta contra a corrupção. Portanto, os 9,6 milhões que sumiram dos cofres municipais da Saúde, dinheiro público federal, nós esperamos que voltem. E o responsável por isso não é outra pessoa senão José Alberto Fogaça de Medeiros. Essa é a ação que está tramitando no Ministério Público. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Quero comunicar a todos os Srs. Vereadores que é importante respeitar o tempo, porque, a partir da próxima semana, os microfones serão desligados exatamente ao término do tempo regimental. Não haverá tolerância desta Presidência com nenhum Vereador.

O Ver. Lucio Barcelos está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUCIO BARCELOS: Sr. Presidente, Ver. Tessaro; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, vou tentar me ater ao tempo regimental. Em relação à contratação do Instituto Sollus pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre - a modalidade de contratação e os problemas que têm sido levantados pelo Ministério Público Federal e pelas diversas entidades -, a nossa Liderança de Bancada, o Ver. Pedro Ruas, solicitou à Casa a constituição de uma CPI. O que interessa para nós aqui é que se levantem as questões de uma forma definitiva, para que não restem dúvidas sobre o que de fato aconteceu durante esse período. Nada mais justo e adequado, e ninguém tem que temer, que se constitua nesta Casa uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar esse processo a fundo. Se já existem documentos no Ministério Público Federal, se a própria Prefeitura aponta, se o próprio Governo diz que tinha alertado o Ministério Público Federal, então, isso tem que ser trazido a esta Casa, que tem o direito e a obrigação - mais do que o direito, a obrigação - de fazer essa investigação de uma forma consequente.

Eu gostaria de reafirmar e recolocar a importância e a necessidade urgente de que se consigam as assinaturas necessárias a constituição da Comissão Parlamentar de Inquérito, a CPI, nesta Casa. Eu convido o Ver. Valter Nagelstein, Líder do Governo, a assinar. Se o Vereador tem a convicção, se os Vereadores do Governo têm a convicção de que o Governo procedeu de uma forma correta, deveriam apoiar a iniciativa do PSOL de criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar a fundo e de uma forma correta o que houve de fato em relação a essa questão. Então, eu acho, Vereador, que nós devemos assinar. É um processo democrático, é um processo de investigação, acho que ninguém tem que temer, se de fato houve um processo legal. É isto que se está questionando: a legalidade do procedimento durante o período em que o Instituto Sollus foi contratado pelo Município. Essa é a questão que eu queria trazer em relação ao Sollus, ao processo do Sollus, de reafirmar a necessidade de chamarmos uma Comissão Parlamentar de Inquérito.

Em segundo lugar, vou aproveitar o tempo que me resta para levantar uma questão que acho que está vinculada a essa primeira questão, que diz respeito ao seguinte: na sexta-feira à tarde, foi suspenso o processo de vacinação da gripe A no Centro de Saúde Modelo, ali na Rua Jerônimo de Ornelas. A suspensão da vacina se deu porque elas ficaram durante o período da noite fora da refrigeração, portanto não ficaram na temperatura adequada, que é de dois a oito graus. Eu acho que a vacina em si já é um problema; acho que existe uma série de questionamentos do ponto de vista técnico sobre a vacina. Se esse problema aconteceu no Centro de Saúde Modelo, é possível que venha a acontecer em outras unidades. Se a vacina fica fora da temperatura adequada para que possa ser aplicada, ela perde a titulação e o poder de imunização, e isso pode vir a acontecer em outras unidades de saúde.

Então, Ver. Oliboni, que nós chamássemos, através da Comissão de Saúde da Câmara, o setor do Lacen ou do IPB, responsável, no Estado do Rio Grande do Sul, pela manutenção das vacinas, e também a área de Vigilância do Município de Porto Alegre, que é responsável por esse procedimento. Não podemos deixar passar em brancas nuvens um processo que aconteceu no Centro de Saúde Modelo e que pode, certamente, acontecer em outras unidades. Evidentemente, esse é um procedimento que não é de hoje; de longa data a gente sabe que tem havido problemas de conservação de imunizantes em Porto Alegre e em outros Municípios do Estado. Então não custa a gente tentar ter uma opinião atualizada da área responsável por esse processo, que é o setor de Vigilância do Estado e do Município de Porto Alegre. Gostaria que a Comissão de Saúde da nossa Casa, da Câmara de Vereadores, chamasse as áreas responsáveis por essa questão na Secretaria Estadual de Saúde e na Secretaria Municipal de Saúde.

Para terminar, renovo o pedido aos Vereadores de oposição e situação para que assinem o pedido de CPI, a fim de que possamos, aqui nesta Casa, de uma forma adequada, discutir as questões ligadas ao processo do Instituto Sollus no Município de Porto Alegre. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra para uma Comunicação de Líder pelo PMDB, por cedência de tempo do Ver. João Pancinha.

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; eu quero agradecer ao Ver. João Pancinha, nosso Líder, pela cedência do tempo de Liderança do nosso Partido.

Srs. Vereadores, eu quero rebater de pronto a infâmia, e com documentos, não com discursos, porque as palavras soltas ao vento são como as penas soltas ao vento. A dignidade das pessoas é ultrajada, e depois não a recuperamos mais. O que o Ver. Comassetto disse, que não foi respondido, porque não sabe... Então, Ver. Comassetto, eu recomendo a V. Exª que, antes de pedir uma CPI, leia os documentos, e eu vou lhe alcançar uma cópia. Eu gostaria que V. Exª olhasse para mim e olhasse para o documento que eu estou lhe mostrando, Ver. Comassetto (Mostra o documento.), porque, quando a gente olha nos olhos, a gente não tem medo da verdade. Vossa Excelência falou de Israel. Dizem que, quando Deus chegou ao paraíso e viu que Adão tinha pecado, perguntou a ele: “O que fizeste?” E Adão não olhou nos olhos de Deus - ali, o pecado original. Não se consegue olhar nos olhos quando se mente, porque os olhos são o espelho da alma e refletem a verdade. Por isso, parece-me, com o devido respeito, que eu falo as coisas, e o Vereador não quer me olhar. Mas olhe, então, por favor, para o documento que eu estou lhe mostrando.

Aqui está, e eu quero mostrá-lo à população de Porto Alegre. (Mostra novamente o documento.) O documento, ao qual o Vereador disse que a Prefeitura não respondeu, Dr. Lucio, Verª Fernanda, é este. Está no Processo - e V. Exas podem ter cópia - da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, esta Prefeitura que denunciou o contrato, que lançou a dívida de 2007 em dívida ativa e que está cobrando do Instituto Sollus. E, na página 105, está escrito: “Aos ilustríssimos Srs. Drs. Promotores de Justiça da Promotoria da Justiça e Defesa do Patrimônio Público do Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul.” Referência: Recomendação nº 10/2007. E lá vai... Páginas 105, 106, 107, 108, 109, 110, 111 e 112, e termina com a data de 15 de dezembro do 2007, com a lavra do seu colega, Dr. Lucio, do saudoso Secretário morto há pouco em circunstância trágica - e nem o sentimento de luto se respeita! Subordinados a interesses políticos, nem luto se respeita...! Em 15 de dezembro de 2007 o Dr. Eliseu Santos, Vice-Prefeito de Porto Alegre e Secretário Municipal da Saúde, respondeu a todas as questões, uma a uma, Ver. Adeli. Por favor, então a gente sabe que nos interesses - ou “interésses” - políticos quase sempre a primeira vítima é a verdade. Agora “não há mal que dure para sempre, nem bem que nunca se acabe”. Ou aquela outra, já que V. Exª falou do Goebbels, que foi o Ministro da Propaganda do Hitler: “Pode-se enganar alguns por algum tempo, muitos por muito tempo, mas não se pode enganar todos por todo o tempo”.

O seu Partido um dia foi o arauto da ética, dos bons costumes, da probidade, queria transformar a realidade brasileira, queria resgatar os trabalhadores, queria fazer a redenção dos pobres, dos sofridos, dos oprimidos. Disso eu só vejo o escândalo do Campani em Porto Alegre; Dr. Lucio, naquela época o senhor era Secretário, se não me engano, e eu não me lembro, com todo o respeito que V. Exª merece, do seu brado na tribuna por CPI. Há poucos dias, da CGTEE, Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica, militantes, cargos políticos do Partido dos Trabalhadores desviaram bilhões em dinheiro, recurso que poderia estar eliminando a fome de crianças, como merenda escolar ou tantas outras coisas que fazem falta nos orçamentos públicos. E eu não me lembro de ninguém do PT... O Bancoop, agora...

Peguem a Veja da semana passada! Peguem a Folha de São Paulo dos últimos 15 dias, 30 dias! Só não peguem a imprensa aqui do Rio Grande do Sul, que infelizmente, parece-me, subordinada a outros interesses, não traz à tona essas questões. Mas nós não vamos silenciar, nós não estamos subordinados a interesses econômicos, nós também não temos uma Polícia de Estado, uma Polícia Federal que se presta a seguir um comando de alguém que é candidato a Governador e é Chefe da Polícia Federal ao mesmo tempo! Essas questões, sim, é que precisam ser respondidas! Dinheiro na cueca não foi na nossa Administração! Mensalão não foi em Porto Alegre! Aí, sim, é que eu quero CPI! Aí, sim, com a mesma verborragia, com a mesma vontade, com a mesma resolução, eu quero ver os arautos da moral, dos bons costumes, dos princípios, os defensores do erário virem aqui defender essas questões. É grosseira manipulação política! Volto a dizer, é uma grosseira manipulação política, não vão conseguir atingir nem a honra daquele Secretário que infelizmente nos deixou, Ver. Alceu Brasinha; nem a honra do Dr. Eliseu, nem a dignidade do Prefeito José Fogaça, que está acima de todas essas questões!

Para além de tudo isso, está aqui a prova documental, documentada! Este Processo não foi criado, este Processo não é propaganda, não é panfleto mandado imprimir em qualquer gráfica e pago com recurso e contribuição partidária! Este Processo é um processo criado por homens responsáveis que foram, sim, gestores públicos vítimas de um esquema criminoso e que, tão logo souberam desse esquema, tomaram todas as medidas que estavam ao seu alcance e que podiam tomar para que o erário fosse ressarcido desses desvios e os criminosos ou os responsáveis fossem, ao fim, identificados e culpados.

É isso, Sr. Presidente. Não se lança levianamente acusação com relação a ninguém. Há, no nosso País, o princípio da inocência presumida, do devido processo legal, e Ministério Público, só para a ciência de V. Exª, Ver. Comassetto, não jurisdiciona! Quem jurisdiciona é o Juiz, é o Judiciário! Ministério Público é parte! Então, não venham com essa história, porque o Ministério Público, volto a dizer, não jurisdiciona! Quando, um dia, a Justiça disser “foi culpado”, aí, sim; mas não façam exploração leviana como tem sido feito aqui. Muito obrigado, Sr. Presidente e Srs. Vereadores.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. DJ Cassiá está com a palavra para uma Comunicação de Líder pelo PTB, por cedência de tempo do Ver. Nilo Santos.

 

O SR. DJ CASSIÁ: Como o de sempre: Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, imprensa! Ora, eu vou sair um pouco fora desse tema, até porque quase todo o Plenário está discutindo o mesmo tema. Eu quero sair um pouco fora desse tema, até mesmo, Ver. Comassetto, porque não tenho nenhuma dificuldade, meu Líder, Ver. Nilo Santos, que me cede este tempo, em homenagear ou falar bem daqueles que fazem o bem. Ora, eu não tenho nenhuma dificuldade, Verª Fernanda, Ver. Lucio, em vir a esta tribuna dizer que A, B, ou C, mesmo não sendo do meu Partido, da minha bandeira política... Eu não tenho dificuldade em vir aqui e falar bem, como também não tenho dificuldade em vir aqui cobrar do meu Partido, do seu ou o de qualquer um! Antes de Partido, para mim, é a sociedade!

Ver. Mario Manfro, quero dar os parabéns, porque eu estive nesta tribuna não só cobrando, mas reivindicando em nome da sociedade, do povo do Lami, já que somos os porta-vozes da sociedade; é através das Comissões que a sociedade vem a nós. E eu venho a esta tribuna, Ver. Mario Manfro, pedir urgência em relação à Escola Estadual Ensino Fundamental General Neto. Passaram vários Vereadores por aqui, bateram na Secretária, bateram no Secretario Breda, bateram na Governadora. É justo cobrar, é nosso papel; agora, não vi nenhum Vereador vir aqui, Ver. Dr. Thiago Duarte, e dar os parabéns ao Secretário Breda e à Governadora pela excelente escola que foi entregue àquela comunidade. Ora, é um dever? Claro que é um dever! Com certeza é um dever. Agora, eu quero dizer, Verª Sofia Cavedon, a senhora como uma educadora, uma batalhadora nessa área, que a Educação não pode ter bandeira política, não! Numa Educação com bandeira política, Ver. Tarciso Flecha Negra, vence o crime! Vence! Porque no momento em que tiver bandeira política dentro da área de Educação, portas de escolas se fecharão. E outras, lá do outro lado, portas do crime, se abrirão. Se o Governo não dá condições, se não adota, alguém vai adotar.

Quando eu falo que a Educação não pode ter bandeira, eu quero aqui, Ver. Aldacir José Oliboni, dar os parabéns ao Governo Federal e ao Governo Municipal. Hoje foi firmado um compromisso por uma escola técnica na nossa Capital, e eu quero dar os parabéns à comunidade. Quero, Ver. Aldacir José Oliboni, em nome de centenas de pessoas, agradecer ao senhor, que foi um grande batalhador nessa luta. Quero também dizer ao nosso nobre Presidente que, quando no exercício da Prefeitura, abraçou conosco: parabéns, Ver. Nelcir Tessaro! Estamos hoje realizando o sonho de centenas ou milhares de pessoas. Eu estive em Brasília, junto com esse Vereador, tentando desencadear a questão da Escola Técnica do Partenon. De lá viemos com uma Audiência Pública, em conjunto, com a Deputada Maria do Rosário.

Quero falar para o senhor e para a senhora que estão em casa nos assistindo que aqui também acontece muita coisa boa, mais coisas boas. Porque, se passarmos uma tarde, talvez, só se questionando, vão achar que a gente aqui não trabalha. Nós trabalhamos! Os 36 Vereadores aqui se empenham e lutam por uma causa justa, por aqueles que merecem, que é a nossa sociedade. Mais uma vez quero deixar parabéns à comunidade do Partenon, ao Governo Federal e ao Governo Municipal. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Ervino Besson está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ERVINO BESSON: Meu caro Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; colegas Vereadores e Vereadoras, público que nos assiste pelo Canal 16, da Rádio Web, eu quero cumprimentar todos. Agradeço ao querido colega Ver. Tarciso Flecha Negra, que me cedeu seu tempo de Liderança de hoje, para que eu fizesse o meu pronunciamento. O Ver. Tarciso Flecha Negra tem uma competência extraordinária e é muito preocupado com a cidade de Porto Alegre. Tenho certeza de que o Ver. Tarciso Flecha Negra terá o reconhecimento da população pelo trabalho que presta aqui no seu primeiro mandato.

Quero parabenizá-lo, Sr. Presidente - também a Presidência do Ver. Sebastião Melo, a Mesa Diretora e a Verª Maria Celeste -, por este outro visual da Câmara Municipal. Parece que a Casa ficou mais convidativa, elegante; ficou mais comovente. Parabenizo-o pela ideia. É um belo visual, todos ganharam com isso. A população que nos visita também sairá deste Plenário satisfeita.

Ver. DJ Cassiá, sobre o seu pronunciamento e o do Ver. Nedel no dia de hoje, quero dizer que as coisas boas têm que ser ditas, sim. Vossa Excelência elogiou o Presidente da República, foi uma grandeza de Vossa Excelência. Quantas vezes vi também o Prefeito Fogaça elogiar o nosso Presidente, o Sr. Luiz Inácio Lula da Silva. As coisas boas têm que ser ditas. Agora, alguns dos colegas Vereadores usam este microfone para criticar o nosso Prefeito Fogaça, são críticas e mais críticas. Estou há treze anos como Vereador nesta Cidade, passaram vários Prefeitos, mas tenho o maior respeito pela figura do cidadão José Fogaça, um homem íntegro, intocável. É um dos pré-candidatos ao Governo do Estado, e a população saberá, no momento certo, escolher aquele que mais representa para o nosso Estado, o nosso Rio Grande. Ele sempre respeitou a todos, todos os Partidos, todos! Tem delicadeza, é educado, trata de forma irrepreensível os Vereadores de todos os Partidos.

Vamos, meus caros Vereadores, também dizer desta tribuna as coisas boas que foram feitas nesta Cidade, Ver. Dr. Thiago Duarte. Digo isso de cadeira, porque tenho treze anos de mandato nesta Casa, conheço esta Cidade, conheço o que foi feito e o que está sendo feito! Vou citar, por exemplo, o Distrito Industrial da Restinga. A Restinga hoje tem uma outra aparência. Brevemente teremos um novo hospital na Restinga! Ouvíamos muitos discursos aqui, eram só discursos no papel, mas hoje são realidade. Há também o Conduto Álvaro Chaves, o Centro de Eventos da Vila Nova, as 37 creches construídas, mais quinze projetos de construção em 2010. Vejam a recuperação da área produtiva, que estava desacreditada, mas, graças ao trabalho do Prefeito, com sua equipe, com a SMIC, e nós, Vereadores, que fizemos a nossa parte, hoje essa área está recuperada, uma área que muitos duvidavam que seria recuperada. Tudo isso graças ao trabalho conjunto do Prefeito Fogaça e sua equipe. E nós, Vereadores, recuperamos uma economia numa área, como já disse, praticamente perdida.

Sobre o shopping popular. Gente, acho que não precisa ser um grande sábio para perceber que em todos os segmentos do comércio, como aconteceu no BarraShopping, há pequenos e médios comerciantes se dando mal, e no Shopping Praia de Belas ocorre o mesmo. Isso acontece nesse segmento. Agora há oitocentos pequenos comerciantes, e como todos vão se dar bem? Sabemos que alguns se dão bem, e outros não, mas estamos aqui também para ajudar a resolver esse problema, e o Prefeito está junto, tentando ajudar. Hoje votamos o Projeto para tentar amenizar o sofrimento das pessoas, porque conhecemos um pouco essa área, então não pode haver só críticas.

Mais uma vez quero agradecer, meu caro Ver. Tarciso, a gentileza de ter-me concedido o seu tempo de Liderança, eu já elogiei V. Exª no início do meu pronunciamento. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ADELI SELL: Meu caro Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; colegas Vereadores, colegas Vereadoras, vejam que o Líder do Governo quis nos dar uma lição jurídica, falando que o Ministério Público não jurisdiciona, mas citou nada mais nada menos do que o Promotor Blat, de São Paulo, enleado, até a medula do osso, com Law Kin Chong, da pirataria, e lança essas mentiras, essas barbaridades à revista Veja, essa revistinha de meia-pataca, como fazia a revista Cruzeiro, do Chatô, chantageando Governos e Governos para levar dinheiro de publicidade. Essa é a palavra da situação. Ora, o que colocamos aqui não é invencionice, está nos autos. Qualquer advogado de porta de cadeia sabe o que são autos. Está aqui! Qualquer estudante de Direito sabe disso. Aqui não há falsificação, aqui é a assinatura do Prefeito. Ou alguém aqui acha que eu, como Presidente do PT, iria me dar a esse barbarismo de falsificar documentos? Nós temos quinhentas páginas para mostrar a qualquer um dos senhores e das senhoras, nós juntamos tudo.

E não foi o Governo Municipal que rompeu com o Instituto Sollus. O sujeito do Sollus esteve aqui e disse o quê? Que expirou o prazo! Aqui tem uma assinatura, no mês de agosto; e nós fomos tratar dessa questão no final do ano passado, início deste ano. Sumiram ou não sumiram dez milhões? Sumiram. Dívida ativa, senhoras e senhores! Vamos chamar qualquer servidor da Fazenda, qualquer, podemos até tirar no papelzinho; qualquer um, de qualquer ideologia sabe que colocar esse tipo de coisa na dívida ativa é colocar no ralo. Ou algum ladrão pagou dívida ativa para a Prefeitura algum dia? Citem-me alguém, algum pilantra, algum sem-vergonha que passou o calote em outro, pagou dívida ativa! Não pagou. Então, vamos falar as coisas com sinceridade, não estamos aqui para xingar ninguém, não estamos para acusar ninguém, nós temos uma pergunta - afinal de contas, perguntar não ofende. Nós perguntamos: onde estão os dez milhões? Na dívida ativa estão os dez milhões. Ver. Lucio Barcelos, Verª Fernanda Melchionna, os senhores acreditam que vão pagar? Onde estão os bens?

Em 2007 nós dissemos: “Os pilantras do Instituto Sollus não têm capital, têm endereço no Interior de São Paulo, endereço em São Paulo; um dia a página está na Internet e, em outro, some da Internet”. Ora só! Grande capacidade intelectual, grande capacidade científica tem a empresa Sollus para fazer o que fez... Não! Juntou um monte de coisas, que eles copiaram da Internet. Não fui eu que disse; foi o Ministério Público que falou aqui na Câmara, não estou inventando nada. E cobraram dinheiro porque pesquisaram pelo Google na Internet. Estão fazendo brincadeira conosco, é intolerável, é inaceitável, e aqui temos uma pergunta. Não xingamos ninguém, não acusamos ninguém. Nós estamos perguntando, e eles têm que vir aqui responder. Se querem saber de uma coisa, querem processar, processar quem? Quem, cara pálida!? Com que argumento processar? Agora, se quiserem processar, não há nenhum problema. Eu garanto que teremos advogados, militantes com capacidade, que sabem um pouquinho mais do que advogado de porta de cadeia e estudante de Direito, que, inclusive, escreve mal e porcamente. Nós temos capacidade para isso. Eu chamo e desafio qualquer pessoa de Porto Alegre a debater o tema Saúde, a debater Governo, em que arena quiserem. No rádio; na televisão, eu não sei, porque isso tem um monopólio, Verª Fernanda Melchionna. Infelizmente há um monopólio na grande mídia, que se cala, porque, com esse negócio da Bancoop, eu já perdi a paciência. Isso é o “fim da picada”, porque já foi respondido, não tem processo, o Judiciário diz que não vale, e agora o Vereador vem aqui requentando coisas dessa revistinha de meia-pataca! Pela verdade! Porque a minha bandeira, a nossa, é a bandeira de Porto Alegre! Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. João Pancinha está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. JOÃO PANCINHA: Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Vereadoras, Vereadores, público que nos assiste pelo Canal 16, Rádio Web, primeiramente quero saudar a data de hoje pela reestreia do nosso Plenário, que realmente ficou muito bom, dando condições, inclusive, aos nossos colaboradores e colaboradoras de exercerem com melhor qualidade ainda os seus trabalhos. Então, parabenizo todos os envolvidos. Parece que iniciou pela Verª Maria Celeste, passou pelo Ver. Sebastião Melo e foi concluído, agora, pelo Ver. Nelcir Tessaro.

Eu venho para tratar de três temas. Um deles é em relação à drenagem urbana de Porto Alegre. Não há dúvida de que este Governo, de 2005 para cá, foi o que mais investiu em drenagem urbana nos últimos trinta anos. Isso é ponto pacífico, todos concordam com isso, a iniciar pela obra do Conduto Forçado Álvaro Chaves, onde tivemos mais de 17 quilômetros de rede de micro e macrodrenagem, solucionando problemas graves, Ver. DJ Cassiá, de longos anos, naquela região da Av. Goethe, Rua Mata Bacelar, são mais de cinquenta milhões de reais investidos ali, e hoje os problemas naquela região estão completamente resolvidos e sanados.

Mas não parou por aí, e aqui eu faço um parêntese, agradecendo aos Vereadores e às Vereadoras que aprovaram de forma unânime o Projeto de Lei que veio do Executivo, autorizando a contrair empréstimo no valor de 25 milhões - em torno de 25 milhões - com contrapartida de um milhão e meio, para mais dez obras de drenagem na cidade de Porto Alegre. Isso mostra que, quando temos discussão entre oposição e situação, sendo o projeto de um mérito indiscutível, ele merece aprovação unânime desta Casa. E foi assim que houve, e eu agradeço o apoio que tivemos de todas as Bancadas. Inclusive, conversamos com o Ernesto Teixeira, Ver. Engenheiro Comassetto, e durante esta semana faremos uma visita para tratarmos, olharmos e verificarmos esses projetos que entrarão no PAC saneamento. São obras na Av. Carlos Barbosa, no bairro Azenha; na Rua Damasco, bairro Azenha; bairros Chácara das Pedras, Petrópolis, Partenon, Jardim do Salso e Belém Novo. Ou seja, são dez obras distribuídas em toda a Cidade.

Essas dez obras - eu me sirvo de um material que tenho, mas que agora peguei emprestado do Ver. João Carlos Nedel - vêm a se somar a essas outras tantas que os nobres Vereadores e Vereadoras já receberam do Diretor Ernesto Teixeira: recuperação dos taludes do arroio Dilúvio. E aqui eu abro um parêntese para lamentar: quero lamentar que nessa obra, que já foi iniciada com a troca dos taludes, ali próximo à Av. Salvador França, os taludes já estão pichados. É de lamentar, uma obra que é para a população de Porto Alegre e está hoje pichada. Há alguns dias que foram colocados os taludes e já estão pichados, Ver. Dr. Raul.

 

O Sr. Dr. Raul: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João Pancinha, é com satisfação que eu venho me somar ao seu pronunciamento, porque temos acompanhado, de perto, essas obras do DEP, além do nosso trabalho aqui, como Vereadores, na aprovação desses recursos tão importantes para Cidade, dessas parcerias feitas que envolvem também outros órgãos e outros gestores em nível de Brasil, em nível estadual, em nível federal. E quero dizer que realmente o DEP nunca colocou tantas obras na rua ao longo desses anos, beneficiou tanto a cidade de Porto Alegre. Porque o que se dizia sempre era que cano enterrado não dava voto. E nós estamos mostrando o contrário: se a população está sabendo da sua necessidade, se o trabalho é feito e os canos enterrados, nós temos o melhor para a qualidade de vida da população, que é o que todos nós queremos, e isso já não foi esquecido, tanto que o nosso Prefeito Fogaça foi reeleito.

 

O SR. JOÃO PANCINHA: Perfeito, muito obrigado, Ver. Dr. Raul.

Sem dúvida nenhuma, o homem público que detém o mandato tem muita dificuldade normalmente de enterrar canos, porque são obras que não aparecem. E o Prefeito Fogaça teve a coragem de fazer esse tipo de investimento e continua fazendo esses investimentos extremamente importantes para Porto Alegre, para a Saúde Pública, porque a questão do saneamento interfere na Saúde Pública, Ver. Dr. Raul, Ver. Dr. Thiago.

Além das dez obras, aprovado o empréstimo, nós temos, além do arroio Dilúvio: a canalização no bairro Jardim do Salso; arroio Passo da Mangueira e arroio Passo das Pedras; bacia de detenção de cheias da Praça Celso Luft - uma região em que tivemos inclusive perda de vidas de porto-alegrenses, foi na Av. Teixeira Mendes -; rede de macrodrenagem da Av. Panamericana. Tivemos a oportunidade de visitar essas obras, estão em pleno desenvolvimento e solucionam um problema, pois, há mais de quinze anos, a comunidade pede essas obras, e está sendo solucionado agora. E mais: obras de drenagem Santa Teresinha e Casa de Bombas, aqui próximo ao Planetário. Quando foi criada aquela região da Vila Planetário, problemas graves e sérios de alagamento e de drenagem foram ocasionados, e a Vila será totalmente drenada, inclusive com a construção de uma nova Casa de Bombas, Vereador-Presidente Nelcir Tessaro, que vai ajudar, por ela ser mais baixa do que o arroio Dilúvio, a fazer a sucção dessa água para o arroio Dilúvio. Vejam a obra de drenagem na Av. São Pedro, em duas etapas, extremamente importante, vem a complementar, inclusive, a obra do Conduto Forçado Álvaro Chaves. Também: esgoto pluvial da Rua João Paris; reforma da Casa de Bombas na Zona Norte, da Vila Farrapos, e a Casa de Bombas nº 5; obras na região da Rua João Mendes Ouriques. Essas são as obras que estão em andamento, em fase inicial e que certamente trarão um benefício a mais de oitocentas mil pessoas aqui em Porto Alegre com relação à questão de mobilidade urbana, à questão de Saúde Pública, porque drenagem urbana também é Saúde Pública.

E eu trago aqui a questão do DEP. Quando estivemos no DEP em 2005, ele estava quase que fadado a ser engolido e tornar-se um braço do DMAE. A partir desta Administração rígida, Administração que olhou os problemas existentes na Cidade e resolveu investir nela, o DEP, hoje, é um dos principais Departamentos ou Secretarias do Município de Porto Alegre e é reconhecido nacionalmente. Porto Alegre hoje tem um dos melhores sistemas de drenagem de todas as capitais do Brasil. Então, está na hora de nós, Vereadores e Vereadoras, trabalharmos no sentido de, quem sabe, transformarmos o DEP numa autarquia ou numa Secretaria. Isso vai ao encontro daquilo que deseja a comunidade de Porto Alegre e vai ao encontro daquilo que o DEP está fazendo para Porto Alegre. Então, é um Projeto que deve ser do Executivo, mas nós, como Vereadores e Vereadoras, devemos, talvez, criar um grupo de trabalho - já conversei com o Ver. Ferronato sobre isso, ele foi Diretor do DEP -, para que a gente possa levar isso adiante. Levarmos como sugestão ao Executivo um estudo profundo, um estudo que venha beneficiar a cidade de Porto Alegre na questão da drenagem urbana.

Outro tema que quero trazer é com relação à Frente Parlamentar criada no mês passado, instalada no mês passado, que é a do Parque Harmonia. Pergunto: onde nós, gaúchos, da Capital dos gaúchos, podemos levar algum amigo, algum turista, que queira conhecer as nossas tradições e a nossa cultura? Onde podemos levar, que não seja numa das boas churrascarias que temos em Porto Alegre? A Capital dos gaúchos precisa pensar já para a Copa de 2014 e criar um Parque Temático da Cultura Gaúcha. Está caindo de maduro o Parque Harmonia para isso. Não pretendemos, de forma alguma, mexer no Acampamento Farroupilha, nem no Rodeio Cidade de Porto Alegre, pensa-se em criar um local que fique aberto durante todo o ano e que ali haja um museu, um centro de eventos realmente voltado para a cultura gaúcha; que haja, Ver. Nelcir Tessaro, uma capela crioula - como é a sugestão de V. Exª; que tenhamos uma cutelaria, uma fazendinha. Enfim, imaginamos, realmente, um centro da cultura do Rio Grande do Sul aqui no Parque Harmonia. E, para isso, eu convido as Sras Vereadoras, os Srs. Vereadores e o público que nos assiste para que se engajem nessa Frente Parlamentar, a fim de juntarmos todas as ideias e elaborarmos um projeto que seja eficiente, exequível, o qual possamos apresentar ao Poder Executivo de uma forma, Ver. Dr. Raul, que, por meio de uma parceria público-privada, possa levar a bom termo essa ideia.

Para concluir, protocolei - foi lido pela primeira vez nesta Sessão - um Projeto de Lei que trata da merenda escolar, refeição nas escolas do Município de Porto Alegre, incluindo a carne de peixe pelo menos uma vez por semana na refeição escolar, pelo seu alto valor nutritivo: cálcio, fósforo, iodo, cobalto, vitaminas A, B, e D, Ômega 3 - que é uma gordura benéfica, Ver. Dr. Raul, pois diminui o risco de doenças cardíacas, previne a pressão alta, beneficia a coagulação do sangue e proteção da pele contra raios ultravioleta. Isso tudo é embasado em estudos de nutricionistas que colaboraram na elaboração deste Projeto. E também, por outro lado, a inclusão na merenda escolar de alimentos que combatam os efeitos dos raios ultravioleta, através de frutas vermelhas e legumes: uva, maçã, mamão, beterraba, cenoura, abóbora, enfim. É um Projeto que está agora tramitando nesta Casa, para o qual, de antemão, eu peço que as Sras Vereadoras e os Srs. Vereadores o analisem, deem a sua contribuição e que no final venhamos a aprová-lo porque, sem dúvida nenhuma, vai beneficiar em muito a qualidade de vida das nossas crianças de Porto Alegre. Muito obrigado pela atenção e um abraço!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Paulinho Ruben Berta está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. PAULINHO RUBEN BERTA: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, pessoas que nos assistem, eu venho à tribuna hoje, primeiro, para fazer alguns agradecimentos, em razão de uma obra que começa a ser realizada quarta-feira no Conjunto Residencial Rubem Berta. O bairro Rubem Berta é um dos bairros mais violentos de Porto Alegre e precisa de investimentos. Há alguns anos foi iniciado um trabalho muito árduo para a construção um ginásio poliesportivo com 954 metros. Isso estava parado, não avançava, até que fomos ao Governo do Estado, solicitamos a participação e a compreensão da Governadora Yeda Crusius, que se prontificou a nos ajudar na construção desse ginásio. Mas para isso foi preciso desentravar, junto ao Poder Executivo Municipal, diversas atitudes, diversas ações. E contamos com a colaboração principalmente do Sr. Newton Baggio, que na época representava o Vice-Prefeito José Fortunati; ele foi de uma gentileza e de uma presteza muito grandes e conseguiu resolver a situação, porque a obra estava parada simplesmente num Decreto. E isso andou.

Agradeço ao Presidente desta Casa, Ver. Nelcir Tessaro, que na época exercia o cargo de Prefeito - uma vez que o Prefeito e o Vice-Prefeito se encontravam ausentes da Cidade -, ele assinou esse Decreto. A comunidade do Rubem Berta lhe agradece muito, muito mesmo.

Eu convido todos os Vereadores e Vereadoras para participarem, na quarta-feira, às 9 horas, no Conjunto Residencial Rubem Berta, do início das obras. A Governadora estará lá. Isso aconteceu graças a esse trabalho do Poder Executivo Municipal, do Poder Estadual, das autoridades e de todos os que se envolveram; à SMOV, que está fazendo a terraplenagem, ao Sr. Newton Baggio e à Srª Miriam Mion, consultora da Unesco, que está dentro do Projeto de Prevenção à Violência, PPV; à Srª Jane Dallacorte, Coordenadora Estadual do PPV.

No mesmo terreno - já foi feita licitação -, será construída uma UBS, uma outra unidade de saúde, tanto que a gente bateu nessa questão. Nós fomos ao Orçamento Participativo, isso há mais de dez anos, desde 1998, e está lá dentro do Caderno do Orçamento Participativo a obra priorizada e conquistada, que não saia do papel, mas agora está saindo pelo Governo do Estado, pelo programa PPV, e nós queremos agradecer muito por isso. Também queremos colocar que esses investimentos na região são muito necessários para conseguirmos, de certa forma, ajudar no combate à violência.

Ver. DJ Cassiá, hoje muito alegre, muito feliz, muito orgulhoso fiquei no Salão Nobre da Prefeitura, quando o Prefeito aceitou, assinou e incentivou a instalação da Escola Técnica do Partenon. Se Deus quiser, um dia virei a esta tribuna para dizer que no Centro Vida também vamos ter uma Escola Técnica. Espero contar com o apoio de todos os Vereadores, da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, do Governo do Estado e do Governo Federal para que isso venha a acontecer. Há uma área muito grande no Centro Vida que não é aproveitada na sua totalidade, e por lá muitos poderão sair da rua e se qualificar, capacitar-se, talvez ainda estejamos evitando uma série de aborrecimentos, tragédias até naquela região. Quero parabenizá-los e solicitar a ajuda de todos os Vereadores porque, com esta Frente Parlamentar pela Escola Técnica, Dr. Raul, que está conosco nessa empreitada da Escola Técnica do Centro Vida, vamos continuar o trabalho, já falamos com o Eliezer Pacheco, já visitamos lá, vamos fazer em breve uma audiência pública sobre isso lá no Centro Vida. Agradeço a todos. Obrigado, Presidente. Vamos tocar, se Deus quiser. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Carlos Todeschini.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; colegas Vereadores e Vereadoras, senhoras e senhores, firmamos há poucos minutos um debate aqui nesta Casa, contestando o Líder do Governo, Ver. Valter Nagelstein, que não consegue receber críticas e muito menos reconhecer o papel institucional e constitucional dos Vereadores, principalmente, dos Vereadores de oposição, que, junto com todos os colegas aqui desta Casa, têm a responsabilidade da fiscalização do Executivo Municipal. Qual Prefeito, de todos os que já passaram aqui pela nossa querida Porto Alegre, não recebeu questionamentos ou teve processos sobre sua Administração?

O nosso papel aqui é o de trazer esse debate para opinião pública. O Ver. Valter não reconheceu o boletim que a nossa Bancada, o nosso Partido produziu, e nós distribuímos todos num único dia na cidade de Porto Alegre. Existem dezenas de pessoas e de entidades, Ver. Brasinha, que estão ligando para a nossa Bancada e para os colegas Vereadores pedindo esse boletim. E já quero aqui dizer, de público, que basta entrar na página do PT de Porto Alegre na Internet, bem como nos nossos blogs, que o boletim está ali na íntegra, inclusive, com todos os documentos em anexo, comprovando essa sequência que estamos trazendo e que entregamos, protocolamos nos dois Ministérios Públicos, na última quinta-feira, o estadual e o federal, para que abram um processo de improbidade administrativa para o gestor de Porto Alegre, que não é nada mais, nada menos do que o Prefeito José Alberto Fogaça de Medeiros.

Se as análises jurídicas que estão ali estabelecidas não estiverem corretas, seremos derrotados. Agora, se elas estiverem corretas, seremos vitoriosos sob o ponto de vista de buscar a responsabilidade pela gestão pública da cidade de Porto Alegre no tema da Saúde. O que significa isso? Verbas do Ministério da Saúde, do processo republicano do Sistema Único de Saúde, que são repassadas ao Município de Porto Alegre, neste caso para os PSFs - Postos de Saúde da Família. No meio do caminho, já por ação do Ministério Público Estadual e por investigação da Polícia Federal, chegou-se à constatação de que houve o desvio de 9,6 milhões de reais, valor que foi repassado pelo Governo Federal e que não chegou ao seu destino, que é o Programa Saúde da Família. E, no meio do caminho, tem o famoso Instituto Sollus, que foi contratado de forma, no mínimo, equivocada, errada, injustificável.

E nós, aqui desta tribuna, alertamos: “Não façam isso que vai dar rolo!” Isso está registrado nas notas taquigráficas. O Conselho Municipal de Saúde veio a esta Casa em 2007 e falou a mesma coisa. O Tribunal de Contas do Estado encaminhou documento ao Executivo dizendo a mesma coisa. A própria Secretaria Municipal da Fazenda, que faz as suas auditorias internas, defendeu a mesma coisa. A Procuradoria do Município disse a mesma coisa. Aí, a Secretaria Municipal da Saúde abre uma investigação, reconhece que tem erros e desvio de recursos e não acha ninguém responsável pelo assunto. Manda responder para a Procuradoria do Município, e a Procuradoria, através do Procurador do Município, que é indicado pelo Prefeito, diz que aquilo não tem fundamento. Manda de volta duas vezes esse documento, que até hoje não foi respondido de forma satisfatória. E o Ministério Público, no dia 23 de outubro de 2007, manda um documento ao Prefeito com um conjunto de recomendações. O Prefeito assina esse documento, não atende, e o dinheiro é desviado. Temos ou não temos que buscar os responsáveis por isso?

Numa Administração Pública, não adianta: o Prefeito é sempre o responsável por todas as despesas. E é isso que nós estamos questionando. Bom, vamos fazer o debate? Vamos fazer o debate! E eu concluo, Sr. Presidente, dizendo que, até o dia 30, o Prefeito tem foro privilegiado; depois do dia 30, podemos fazer o debate, inclusive, na Justiça comum. Um grande abraço.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. DJ Cassiá.

 

O SR. DR. THIAGO DUARTE: Ilustre Presidente, quero utilizar o tempo de Comunicações de hoje para fazer um breve relato de algumas ações que temos realizado e que têm trazido resultado profícuo para a Cidade. Começo relatando o ingresso, a partir de um Projeto que aprovamos aqui de criação de cem novos cargos de médico, de dois médicos para a comunidade do Extremo Sul, no Lami, fato fundamental para aquela comunidade, uma vez que existia essa carência já há algum tempo. O segundo fato que quero relatar aqui, Ver. DJ Cassiá - pena que não tive oportunidade antes -, é a questão da Escola General Neto. Foi uma luta de toda uma comunidade, e deixo o meu abraço e minhas considerações ao Secretário Breda e à sua equipe, eles não mediram esforços para que pudéssemos, num período de três meses, fazer aquela bela obra naquele colégio, que é tão importante para a comunidade. Deixo aqui um forte abraço à nossa Diretora Simone, às professoras que, na sua grande maioria, são minhas pacientes e aos alunos - de muitos deles fiz o pré-natal, eu os conheci antes mesmo de nascerem. Um forte abraço! Podem ter certeza de que este Vereador e muitos outros, como o Ver. DJ Cassiá, o Ver. Tarciso, estarão vigilantes no cuidado com a Educação.

A outra coisa que queria destacar é a importância que tem para a comunidade do Lageado o semáforo colocado na Av. Edgar Pires de Castro. Era uma solicitação antiga daquela comunidade, referendada numa ação, numa assembleia com mais de 150 pessoas, na qual estava presente o pessoal da EPTC. Quero saudar a EPTC por essa iniciativa, mas quero dizer que aquela comunidade, como toda a comunidade do Lami e Extremo Sul, ainda está muito carente de linhas de ônibus. Então, continuamos vigilantes aqui e continuamos solicitando essa melhoria com relação às linhas de ônibus.

Quero enfatizar aqui a ação do DMLU.

 

O Sr. Engenheiro Comassetto: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Prezado Dr. Thiago, quero cumprimentá-lo por trazer o tema e convidar o senhor e todos os colegas para, amanhã, às 14h30min, na CUTHAB, participarem da continuidade daquela reunião que fizemos lá na Hípica, para tratarmos do tema do transporte na região.

 

O SR. DR. THIAGO DUARTE: Perfeito, Ver. Comassetto, obrigado pela lembrança. Quero agradecer ao Coronel Monks, do DMLU, pela pronta ação na questão dos porcos do Lami. E faço uma referência muito especial, Ver. DJ Cassiá, Ver. Brasinha, ao Secretário Maurício Dziedricki. Nós tínhamos uma ponte fundamental para pescadores lá junto ao arroio Manecão, não era atribuição específica da SMOV, mas foi ela que realizou a obra. Então, um forte abraço ao Secretário Maurício Dziedricki, e podem ter certeza de que a comunidade toda do Lami está sabendo. Trago uma foto da reconstrução daquela ponte tão importante para aquele grupo de pescadores que labutam lá no Lami. (Mostra fotografia.)

Quero fazer uma referência muito especial aqui ao Engenheiro Francisco Melo, do DMAE, uma pessoa extremamente sensível, ele foi ao Lageado no último mês e teve a sensibilidade de prover mais de dez famílias com aporte de água, famílias que já têm as suas casas regularizadas. Ele foi extremamente eficaz no seu trabalho: a gente manda daqui um forte abraço.

Quero dizer à SMAM que eu ainda aguardo retorno do Ver. Professor Garcia, Secretário, sobre as churrasqueiras e o calçadão do Lami, estou aqui aguardando o retorno. E, principalmente, quero agradecer ao Ver. Elias Vidal. Na última sexta-feira, tivemos uma reunião da Frente Parlamentar Antidrogas, que terá as suas atividades delineadas neste ano. De lá tiramos três encaminhamentos: o primeiro, que possamos mapear na Cidade as situações, vinculadas à Saúde, de prevenção à drogadição, prevenção, tratamento e ressocialização. A segunda, que possamos formar um grupo de trabalho com a Câmara e as principais Secretarias relacionadas: Educação, Saúde, Assistência Social e Segurança. E a terceira disposição é um agradecimento, do fundo do coração, ao Dr. Francisco, Diretor Técnico do Hospital São Pedro, que se fez presente aqui e se prontificou a dar capacitação aos profissionais não técnicos que se dispuserem a atuar nesse tema do combate à drogadição. Então, o meu muito obrigado, Presidente, pela concessão do tempo. O nosso gabinete fica à disposição de toda a comunidade da Restinga, Belém Novo, Ponta Grossa, Lami; enfim, de toda a Porto Alegre para estar encaminhando as suas demandas. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Dr. Raul está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. DR. RAUL: Vereador-Presidente Nelcir Tessaro, Vereadoras, Vereadores e todos que nos assistem, eu aproveito este momento de Comunicações para levar ao conhecimento daqueles que nos assistem algumas ações que a gente tem feito no decorrer do nosso mandato e que hoje estão se materializando de uma forma intensa na Cidade. Uma delas, na qual a gente vem trabalhando há muitos anos e, como Vereador, conseguimos depois de cinco anos, é a implantação do Centro Municipal de Planejamento Familiar no Hospital Presidente Vargas. É uma ação que traz para a sociedade uma facilitação, para que as suas condições de planejamento familiar sejam atendidas gratuitamente, porque, por muitos anos, tivemos dificuldades nessa área. As pessoas conseguiam, por exemplo, fazer uma ligadura, uma vasectomia, mas tinham que pagar, nem que fosse pequenos valores, e nós sabemos que muitas e muitas pessoas não têm dinheiro, às vezes, nem para o seu deslocamento pessoal através de um ônibus até o Centro. Então, hoje, já está se atendendo a milhares de pessoas, gratuitamente, facilitando tanto a questão da iniciação, do entendimento da vida sexual das meninas e dos meninos, desde o seu início, até à vasectomia, à ligadura e ao tratamento da infertilidade. Essa é uma coisa que pretendemos que seja sempre ampliada, inclusive as nossas unidades de saúde vêm trabalhando muito bem essa questão e encaminhando, quando necessário, para o Centro de Planejamento Familiar.

Uma outra questão muito importante é a lei que faculta aos idosos e às pessoas com deficiência o agendamento por telefone das suas consultas nas unidades de saúde dos seus bairros. Eu também fico gratificado, porque a Secretaria Municipal de Saúde vem implantando isso. Eventualmente, a gente recebe no gabinete alguma reclamação de que alguns postos ainda não estão com esse sistema implantado. Mas, por outro lado, muitos postos de saúde de Porto Alegre já estão adequados e já estão fazendo esse tipo de marcação, que facilita a vida daquelas pessoas que mais precisam, que não podem estar numa fila e que, às vezes, acabam pagando por uma ficha, uma coisa totalmente irregular dentro do Sistema Único de Saúde. Então, hoje, ela também tem essa possibilidade.

Em relação aos nossos Programas de Saúde da Família, quero dizer que o Governo Fogaça mais do que duplicou esse sistema, acreditou nessa estratégia, que, pelo Governo anterior, vinha sendo relegada a um segundo plano. Eu acredito que muito do que se fala hoje seja, talvez, em função de que, quando começou esse Programa, não houve uma priorização efetiva. Talvez as pessoas quisessem que o Governo não contratasse ninguém para fazer esse serviço; depois que a FAURGS desistiu da prestação de serviço, que se deixasse assim, que a população ficasse desassistida. Agora, qualquer gestor público de média capacidade sabe que temos que garantir para a população a sua saúde e ampliá-la. E é o que o nosso Governo, o Governo Fogaça, vem fazendo, e com capacidade, tanto que já ampliou e, a cada mês, vem tomando medidas nesse sentido. Não é à toa que, com mais de cem médicos necessários - nós aprovamos cem cargos aqui na Casa -, mais da metade já estão nomeados e sendo colocados nas Unidades Básicas de Saúde, para qualificar a Cidade de uma maneira mais forte, efetiva e permanente. Nós sabemos que ainda existem vazios que precisam ser preenchidos.

Temos também a questão das nossas UPAs, que vão começar este ano, de qualquer jeito, em Porto Alegre, onde devemos ter no mínimo duas. Vimos batalhando isso já há bastante tempo, e a primeira, na Av. Baltazar de Oliveira Garcia, no Centro Vida, se impõe, já está inclusive licitada, está na hora de começar. Em dois, três meses, como se trata de um processo modular, já deve estar pronta, e as pessoas começarão a ser atendidas. São 400 a 500 atendimentos por dia. Não estamos falando numa Unidade de Saúde que fornece suas 30 consultas, 40 consultas/dia, estamos falando em plantão 24h, com 400 a 500 pessoas atendidas por dia, vinculado ao SAMU, com Raios X, exames laboratoriais, eletrocardiógrafo, leitos. Estamos falando de uma qualificação real do nosso Sistema de Saúde, que vai fazer com que as nossas Emergências públicas, que, muitas vezes, se tornam verdadeiras enfermarias, possam atender dentro do seu número de pacientes pré-estabelecidos, permitirá que o nosso Sistema de Saúde Pública tenha uma dinâmica muito melhorada.

Então, precisamos nos empenhar em todos os níveis para que essas UPAs saiam do papel e realmente aconteçam, que as obras sejam feitas na Cidade, tanto lá na Av. Baltazar, como na Entrada da Cidade, no Humaitá/Navegantes. E nós estamos propondo lá no Parque Belém e também no Partenon. Especificamente, na minha visão, uma área muito importante no Partenon poderia ser a área em frente ao Hospital São Pedro, dentro do próprio terreno do Hospital São Pedro - já concluo -, que é uma área muito grande, espaçosa e que proporcionaria, perfeitamente, a toda aquela região ser também atendida através de uma Unidade de Pronto Atendimento 24 horas. Obrigado. Saúde para todos!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Dr. Thiago Duarte.

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro, e Srs. Vereadores. Primeiramente, Ver. Nelcir Tessaro, meus parabéns pelo belo painel, é uma demonstração de paixão pela Cidade. É muito bonita esta foto, que vem certa para a Casa do Povo. Parabéns pela cor azul, está muito bonita. Presidente, o senhor foi muito feliz quando colocou esta foto, porque é uma demonstração de carinho e paixão pela Cidade. Parabéns, Sr. Presidente.

Mas também eu quero falar das coisas boas que acontecem na Cidade, principalmente quando vem lá do lado do empresário, mas empresário que não incomoda a Cidade; empresário que faz pela Cidade; empresário que está pensando no cidadão, no mais humilde. Eu falo do Grupo Zaffari, porque o Zaffari sempre está colaborando com a Cidade e pensando em como a Cidade pode ser ajudada. E, agora, diante dessa campanha, junto com o Grupo Zaffari, para reformar o Pronto-Socorro, eu fico muito feliz, Ver. Reginaldo Pujol, fico muito satisfeito com atitudes de empresários que sempre estão prontos a ajudar a Cidade. E não com aqueles que vêm lá do outro lado do mundo para incomodar, não com aqueles que quebram o pequeno empresário, quebram a pequena padaria, o pequeno supermercado, aquele que só faz pensando nele. E mais ainda, Ver. Reginaldo Pujol, vejam o que eles podem aprontar dentro de minutos: eles fazem aquela promoção deles, uma promoção em que a gente chega lá, leva as coisas e é maltratado, Ver. Haroldo, e ainda não contribuem em nada para a Cidade! Eles quebram o posto de gasolina, a farmácia, aquela pequena confeitaria lá no bairro, ou seja, eles quebram tudo por onde passam.

Mas tem esse grupo, com essa grandeza, com essa qualidade, Ver. Ervino - o senhor sabe disso -, como verdadeiros irmãos, que é o Zaffari. Eles estão sempre pensando no bem do cidadão, no bem daquele que mais precisa. E eu fico muito satisfeito, porque sou da Bancada Trabalhista, composta pelo meu querido Presidente, Nelcir Tessaro, pelos Vereadores Nilo Santos, DJ Cassiá, que são verdadeiros trabalhadores.

 

O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite um aparte?

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Ver. Ervino, com muita satisfação eu lhe concedo um aparte.

 

O Sr. Ervino Besson: Muito obrigado, Ver. Brasinha.

É importante o seu pronunciamento, Ver. Brasinha. Sabe como é o nome da campanha que o Zaffari está fazendo para o nosso HPS? “Troco do Coração”. Veja só, até o nome é lindo: “Troco do Coração”. Que bela atitude da rede Zaffari, Ver. Brasinha! Que esse exemplo possa ser seguido por outros segmentos. É uma empresa que cresceu, cresceu e cresceu, mas que nunca esqueceu o seu lado social. Obrigado, Ver. Brasinha.

 

O SR. ALCEU BRASINHA: É verdade. Eu fico muito satisfeito com essa campanha, porque vai ajudar a salvar muita gente no Pronto-Socorro. Imagina o troco: pode ser o troco de 50 centavos, quem sabe de um real, quem sabe mais, mas é o “Troco do Coração”, Ver. Reginaldo Pujol. Que maravilha!

E aí, então, eu quero dizer para esse cidadão que vem lá do outro lado do mundo - eu falo sempre deles, o Carrefour, eu não gosto deles mesmo: para mim, esta Cidade continua bonita, continua cada vez mais linda, e nós não precisamos deles para crescer. Nós precisamos, sim, de empresas de Porto Alegre, do Rio Grande e do Brasil, mas não deles!

Também quero deixar um recado aos Vereadores da Bancada do PT: quero assinar a CPI, mas desde que sejam investigados os 16 anos em que vocês administraram a Cidade! Aí eu assino!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Elias Vidal está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Desiste.

Não havendo mais nenhum inscrito, está encerrado o período de Comunicações.

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. Nº 4269/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 206/10, de autoria do Ver. Carlos Todeschini, que institui, no Município de Porto Alegre, o Programa de Estímulo e Orientação à Seleção e à Reciclagem do Lixo.

 

PROC. Nº 0417/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 004/10, de autoria do Ver. Ervino Besson, que proíbe o uso de telefones celulares e similares no interior de estabelecimentos bancários, durante seu horário de atendimento, e dá outras providências.

 

PROC. Nº 0640/10 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 005/10, de autoria da Mesa Diretora, que altera, nas especificações do Cargo em Comissão de Diretor de Patrimônio e Finanças, constante do Anexo à Lei nº 5.811, de 8 de dezembro de 1986 – que estabelece o Sistema de Classificação de Cargos e Funções da Câmara Municipal de Porto Alegre e dá outras providências –, o item “b” dos Requisitos para o Recrutamento, incluindo a opção de habilitação funcional no curso superior de Administração como requisito para seu recrutamento.

 

PROC. Nº 0665/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 023/10, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que concede o título de Cidadão de Porto Alegre ao doutor José Francisco Bergamaschi.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Ervino Besson está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ERVINO BESSON: Meu caro Ver. Nelcir Tessaro, colegas Vereadores, Vereadoras, pessoas que nos acompanham pela Rádio Web e pela TVCâmara, queria saudar a todos.

Eu apresentei o PLL nº 004/10, que hoje está em 1ª Sessão de Pauta. Quando apresento um projeto, tenho, por costume, ouvir muitas pessoas, até para ter subsídios e um pouco mais de segurança para expor os motivos para aprovação de tal projeto. Eu vou relatar agora, para os colegas Vereadores, para as pessoas que nos acompanham, qual é a ideia do Projeto, do qual, inclusive, mandei uma cópia para a nossa Secretaria de Segurança e para o Sindicato dos Bancários, meus caros Vereadores Reginaldo Pujol, Alceu Brasinha, João Pancinha, Elias Vidal, para ouvir a opinião deles também. Este Projeto proíbe que as pessoas, dentro das agências bancárias, utilizem telefones celulares ou assemelhados, como rádio amador, porque muitos assaltos acontecem porque há pessoas que ficam girando dentro das agências, com telefones celulares, cuidando as pessoas que retiram uma certa quantia em dinheiro. Aí, liga o Fulano e diz: “Tem um senhor assim, assim, com vestimenta tal, de cor tal, tamanho tal, essa pessoa retirou dinheiro do banco.” Ou: “Uma senhora assim, assim, idade aproximada, vestimenta tal, aparência tal, que retirou dinheiro do banco.” Saem do banco e são assaltados. E muitas dessas informações, colegas Vereadores, saem de dentro do banco.

Então, do que trata o Projeto? Proíbe que as pessoas usem telefones celulares dentro das agências bancárias. O crime organizado se organiza. Nós também temos que fazer algo para dificultar um pouco o trabalho... Se o crime organizado cada vez mais se organiza, o que nós fazemos para proteger as pessoas? Acho que é um Projeto que terá a ampla discussão dos 36 Vereadores e Vereadoras, dos segmentos da nossa Cidade, das pessoas que nos ouvem também, da nossa Secretaria de Segurança, dos nossos policiais, enfim das pessoas que se envolvem no dia a dia com a criminalidade. É bom que tragam suas opiniões. Colegas Vereadores, vamos enriquecer o Projeto. Vamos ver o que podemos trazer aqui para alimentar, tragam ideias novas, para que possamos, sim, com este Projeto, dificultar os assaltos aos bancos. Nós temos, na nossa Segurança, policiais que tiveram uma história na Polícia Civil - policiais, gente, cada um teve a sua história na Polícia Civil. Eles poderão também trazer subsídios a este Projeto, porque têm uma caminhada, ao longo dos anos, dentro da Polícia Civil, então poderão enriquecer este Projeto.

Para os senhores terem uma ideia, na Prefeitura de São Roque isso já é lei - Lei nº 3.396, da Prefeitura da Estância Turística de São Roque, em São Paulo. Já é lei. (Mostra a lei.) E há mais uma Prefeitura: Estado do Paraíba, em João Pessoa, Lei nº 11.359. Olhem, são dois Estados que já estão aplicando essa lei. Em São Paulo, parece que há outros Municípios que estão a estudando, como nós. Em Porto Alegre, na nossa Câmara Municipal, vamos discuti-la. É uma forma de darmos proteção às pessoas indefesas que vão ao banco retirar dinheiro, saem do banco e são assaltadas, porque os assaltantes recebem essas informações. Muito obrigado, colegas Vereadores.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, foi a minha maior alegria quando vi o Ver. Ervino Besson aqui na Casa e maior ainda quando ele veio à tribuna iniciar a discussão desse Projeto de Lei de sua autoria. Por que essa alegria? Porque estou vivendo em um paradoxo. Não sou radical a ponto de me filiar àquela corrente que diz que é proibido proibir, mas eu, Vereador, há mais tempo procuro resistir a essa constante avalancha de proibições à que sociedade, os indivíduos são submetidos na busca de situações como essa que V. Exª descreve, onde o bem comum está estabelecido.

Mas vejam só as dificuldades que tem quem procura encarar com seriedade essas situações. Tramitar que o trombadinha ou auxiliar de trombadinha utilize o celular dentro do estabelecimento bancário, para avisar o comparsa a respeito de uma potencial vítima do assalto, fará com que proibamos todos de utilizar o aparelho: ninguém mais dentro do banco - o cidadão comum, o cidadão honesto que precisa telefonar para o seu escritório para avisar determinada providência, alguém que quer confirmar uma negociação comercial ou ainda alguém que queira que determinada providência de ordem médica seja tomada por sua família - poderá usar o telefone celular ou similar. Então, Ver. Ervino, veja V. Exª a extensão da discussão que o seu Projeto vai trazer. E quero enfrentar essa discussão de peito e de coração aberto: peito aberto, porque com coragem; de coração aberto, porque é com o amigo. Com amigo a gente não discute com coragem, discute com bom senso, e é isso que pretendo fazer com o amigo durante o período em que o seu Projeto estiver na Pauta e mais tarde, quando for objeto das Comissões.

 

O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Reginaldo Pujol, eu tenho um respeito extraordinário por Vossa Excelência. Concordo plenamente com tudo o que V. Exª coloca no seu pronunciamento. Se vai haver discussão, então vamos ouvir também os segmentos da sociedade, os Vereadores, o Sindicato e a CPI da Segurança. Eu acho que é mais uma ideia que surge, talvez a gente consiga fazer algo. Mas eu concordo com o que V. Exª fala, e o seu pronunciamento, como sempre, é feito com muita profundidade, até pela sua caminhada, pela sua história. Eu o respeito, continuarei sempre o respeitando. Muito obrigado pelo aparte.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Ver. Ervino, a recíproca é verdadeira, eu tenho um grande apreço por Vossa Excelência. Mais do que isso, tenho certeza de que V. Exª sempre tem bons propósitos. E querer dificultar a vida de um facínora, de um assaltante, de um meliante, é algo meritório. Eu só não sei se o meio escolhido é o mais indicado, porque tenho a absoluta certeza de que a possibilidade aventada por V. Exª ocorre, mas é infinitamente inferior ao número de utilização dos telefones dentro do estabelecimento bancário para ações justas, adequadas, corretas, honestas, como essas que citei por exemplo.

E ocorre o seguinte: às vezes, a gente fica um tempo grande dentro do estabelecimento bancário, e surge a ligação para nós, não raro para nos dar uma informação pertinente e adequada com a razão que estamos dentro do banco. Podem avisar: “Olha, tal fato foi esclarecido, tal fato não foi devidamente esclarecido”. Então, com respeito, mas muito mais com carinho do que com respeito - o respeito é grande, e o carinho é maior ainda -, eu vou, ao longo do tempo, debater com V. Exª sobre esse seu belo Projeto no que diz respeito à intencionalidade, porque há essas dificuldades que citei. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O próximo inscrito, o Ver. Engenheiro Comassetto, não está presente para discutir a Pauta.

Nada mais havendo a tratar, estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

(Encerra-se a Sessão às 17h58min.)

* * * * *